O caso Medtrauma, empresa responsável por serviços ortopédicos no Acre, se tornou o principal assunto da pauta política na Assembleia Legislativa nesta terça-feira, 20. Os deputados de oposição deram o tom com uma série de críticas e repercussão sobre a investigação da Controladoria-Geral da União que apurou que mais de R$ 9 milhões teria sido superfaturado.
O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) abriu os trabalhos afirmando que é impossível tratar da MedTrauma sem citar a Operação Ptolomeu, da Polícia Federal. “É impossível iniciar essa sessão sem abordar o tema da MedTrauma. E não dá pra tratar esse tema desvinculado de outros. Isso tem muito a ver com a Ptolomeu. Isso tem muito a ver com a tecnologia criada para carona indo e vindo para corrupção, exportando corrupção. O primeiro contrato publico do governo Gladson foi com o Murano, um registro de preço adotado pelo Acre desvirtuado na implementação, execução e superfaturamento e que esta prestes a ser votada a primeira denúncia do STJ”, disse. O líder da oposição frisou que o governo criou a “tecnologia 5.4”. “Eles estabeleceram o primeiro relacionamento da MedTrauma. O advogado da empresa não sabe nem onde é o endereço do Acre. Acabaram com a BR-364. Só chega por barco e avião e industria que mais cresce no Acre que é a carona”.
Já Michele Melo afirmou que o possível superfaturamento da Medtrauma poderia ter pago a cirurgia do marido de de Dona Leila, que teria ligado para ela é questionado sobre a reportagem que saiu na TV. “A corrupção da saude, é injusta e frustrante. Ela põe sangue nas mãos do governo. Esse contrato da Medtrauma é um contrato de eu como medica no PS, o que é isso de eu ter problema no joelho e operaram meu quadril. A ata nasceu aqui no Acre, a carona é prevista em lei. A denúncia veio diante do Fantástico e o secretário diz que o dinheiro é estadual e deu a entender que a gente pode fazer bagunça. Saiu a denúncia, Mato Grosso, Roraima, acabou o contrato e o nosso Acre insiste que está certo. Um contrato de R$ 22 milhões no Acre, num passe de mágica, se transformou de R$ 6 milhões no Mato Grosso. Porque a gente não diminui esse valor também. O TCE alertou a Sesacre sobre o sobrepreço que havia nesse registro de preços e nós vamos até o final”, questionou.
Sem o líder do governo, deputado Manoel Moraes (PP), que está afastado por problemas de saúde, coube aos deputados Tanizio Sá (MDB) e Afonso Fernandes (PL) defenderam o governo.
Sá anunciou que o Secretário de Saúde deverá mostrar a realidade. “Parece que o Acre era o mentor de tudo que era corrupcão. E a globo colocou o Acre no centro de tudo. Essa tabela do SUS foi atualizada em 2007. Essa tabela do SUS para compra desse tipo de esse material, não vai bater. O TCU autorizou o Acre continuar. A gente fica triste porque o Acre parece que só tem corrupção, mas não é”, disse o parlamentar ao defender a isenção do governo.
Já Fernandes reclamou que às vezes as investigações não são seguidas por imparcialidade. “Só pega os pontos que se querem. Eu tenho certeza que foi colocado aqui sobre esse contrato da MedTrauma. Quem trabalha com construção civil, sabe que tem uma tabela chamada Sinapi, e todo mundo reclama que ela é irreal. E na saúde, também tem isso, a Tabela de SUS não é atualizada há 17 anos. O próprio TCU através de portarias que fica autorizado os estados e municípios a majorarem os preços dessas cirurgias até 4 vezes mais. Precisa ter muita responsabilidade para dizer que tem roubo e superfaturamento. Esses contratos da MedTrauma haviam sido suspensos e o próprio TCU pediu que continuassem os contratos. Se suspenderem esse contrato, o caos que se torna a saúde publica do Acre. Demoraria um ano para se fazer uma nova licitação. Depois que essa empresa entrou, quase todas as traumatologias são resolvidas. Claro que existe um represamento. Eu não tenho dúvidas que o governo do Estado esteja fazendo o melhor para a população”, disse.