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Ricardo Lewandowski diz que combater crime exige mais que ‘ação policial enérgica’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu posse ao novo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, nesta quinta-feira (1º), em cerimônia no Palácio do Planalto. Lewandowski substitui Flávio Dino, que foi nomeado para uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF).


Em discurso durante o evento, o novo ministro disse que, para o combate à violência no país ter sucesso, precisa ir além da “enérgica ação policial”.


“É escusado dizer que o combate à violência, para ter êxito, precisa de enérgica ação policial, demandando políticas públicas que permitam superar apartheid social que continua segregando”, afirmou.


Ricardo Lewandowski toma posse como ministro da Justiça — Foto: TV Globo/Reprodução

Ricardo Lewandowski toma posse como ministro da Justiça — Foto: TV Globo/Reprodução

Na fala, Lewandowski se disse “profundamente honrado” em assumir o posto. O ministro afirmou que os problemas de segurança e criminalidade do país são resultado de mazelas históricas e que “não há soluções fáceis” para essas questões.


O tema da segurança pública tem ganhado cada vez mais protagonismo no ministério, em meio ao crescimento de organizações criminosas no país e a episódios de violência gerados por disputas entre facções, como vistas no Rio de Janeiro e na Bahia.


Ao Ministério da Justiça estão ligados a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e a Força Nacional, que tem sido enviada aos estados para reforço na segurança em momentos de crise.


No discurso, Lewandowski disse que dará continuada ao trabalho de Dino na pasta. E apontou que o combate à criminalidade terá especial atenção durante a gestão dele.


“É nossa obrigação, e o povo assim espera, que o Ministério da Justiça dedique especial atenção à segurança pública, que ao lado da saúde é hoje uma das maiores preocupações da cidadania”, disse Lewandowski.


“Mas é preciso compreender, todavia, que a violência e criminalidade que campeiam entre nós não são problemas novos, são mazelas que atravessam séculos de nossa história, remontando aos tempos coloniais, em que índios e negros recrutados à força desbravavam sertões inóspitos e labutavam à exaustão nas lavouras de cana e de café e nas minas de ouro, prata e pedras preciosas para proveito de uns poucos”, completou ele.


O ministro argumentou que “não adianta” endurecer penas ou focar no encarceramento em massa para combate a criminalidade. Segundo o ministro, a atuação da pasta tem que ser focada em políticas públicas e em inteligência.


Lula anunciou a escolha por Lewandowski em 11 de janeiro, e a nomeação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) 11 dias depois. A exoneração de Flávio Dino foi oficializada nesta quinta. Ele permanece como senador até 22 de fevereiro, quando toma posse no STF.


Cerimônia de posse de Ricardo Lewandowski no Ministério da Justiça — Foto: TV Globo/Reprodução

Cerimônia de posse de Ricardo Lewandowski no Ministério da Justiça — Foto: TV Globo/Reprodução

Em entrevista à GloboNews, em janeiro, o novo ministro da Justiça afirmou que focará esforços na área da segurança pública, e que pretende investir em atividades de inteligência e na coordenação de polícias para combater o crime organizado.


“A segurança pública merecerá especial atenção do Ministério da Justiça sob minha gestão, que deverá expandir as atividades de inteligência e a coordenação entre as distintas autoridades policiais da União, estados e municípios para um combate mais eficaz, mais eficiente, à criminalidade organizada”, declarou.


Mudanças na pasta

 


Com a troca no comando do Ministério da Justiça, Lewandowski fez mudanças estratégicas na pasta. Algumas exonerações foram publicadas na madrugada desta quinta-feira, em edição do Diário Oficial da União (DOU).


Um posto que não será alterado, no entanto, é o do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que é um nome de confiança do presidente Lula. O novo ministro já afirmou que vai mantê-lo no cargo.


Confira algumas trocas realizadas por Lewandowski:


  • Secretaria-Executiva

 


Ricardo Cappelli, que ocupou o cargo de secretário-executivo do Ministério da Justiça, foi exonerado nesta quinta-feira. Após convite do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ele irá assumir a presidência da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).


Para o cargo considerado o “número 2” da pasta, Lewandowski escolheu o jurista e professor Manoel Carlos de Almeida Neto. A nomeação também já foi publicada no DOU.


A edição do Diário Oficial ainda confirmou a exoneração de Diego Galdino de Araújo, que era secretário-executivo adjunto. O substituto do cargo ainda não foi anunciado.


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