Os dois fugitivos do presídio de Mossoró (RN) usaram o celular de uma família feita refém por cinco horas em uma área rural da cidade para fazer ligações ao Rio de Janeiro, perguntaram se estavam longe do litoral e como poderiam chegar ao Ceará. As informações, repassadas por uma das vítimas aos investigadores, foram confirmadas por fontes no Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O que aconteceu
Ligações para o DDD 21 pelo WhatsApp. Uma das vítimas disse que Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento pegaram um dos celulares da casa para fazer chamadas e que uma das pessoas com quem falaram tinha sotaque carioca e disse estar no Rio de Janeiro.
Fugitivos fizeram perguntas sobre rotas e bloqueios. Os detentos perguntaram aos reféns como chegar ao Ceará, se estavam longe do litoral e se havia bloqueios de policiais no entorno. A localização do imóvel está no perímetro de 15 km das buscas da investigação eles já haviam sido vistos por moradores nessa mesma área, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Detentos buscaram informações sobre as buscas. Ainda de acordo com o relato de uma das vítimas, os fugitivos pediram para que a televisão fosse ligada e para ter acesso às redes sociais para acompanhar as notícias sobre a fuga.
Fugitivos levaram dois celulares, carregadores e alimentos em uma sacola. Segundo o relato de uma das vítimas, eles não pediram dinheiro.
Como estava a aparência deles. Um deles estava com uma calça azul com as mesmas características do uniforme do presídio, ambos usavam boné e estavam com aparência suja.
O que se sabe sobre o caso
Uma camiseta de uniforme de presídio foi encontrada ontem em região de mata. A peça foi localizada na zona rural de Mossoró e pode ter sido usada por um dos detentos que fugiu do presídio.
Essa foi a primeira fuga em um presídio de segurança máxima no país. Segundo o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, houve falha em uma série de protocolos
O trabalho de buscas conta com a participação de cerca de 300 agentes. Entre eles, policiais federais, policiais rodoviários federais, policiais civis e policiais militares. Há ainda a participação da Polícia Penal Federal e da Polícia Penal do Rio Grande do Norte, que atuam com os grupos de operações especiais e de cães.
Detentos abriram um buraco no local em que estava instalada a luminária. O registro da imagem foi feito pela força-tarefa coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
As celas onde estavam os presos passam por perícia. Pertences dos detentos, como lençóis e objetos pessoais, também são examinados.