Os casos de dengue no Brasil já superam o registrado no pico da epidemia em 2023. De acordo com dados do Ministério da Saúde, três semanas de 2024 tiveram números de casos superiores à semana de ápice no ano passado.
Os dados do ministério mostram que as semanas epidemiológicas 4 (21 a 27 de janeiro), 5 (28 de janeiro a 3 de fevereiro) e 6 (4 a 10 de fevereiro) registraram mais de 130 mil casos de dengue. No pico de 2023, foram observados 111.840 casos prováveis.
Em 2023, o ápice de casos foi registrado na semana epidemiológica 15, de 9 a 15 abril. O ano passado foi o segundo com maior número de casos prováveis desde 2010. Foram contabilizados 1.658.816 casos. (veja série histórica abaixo)
Segundo o boletim epidemiológico divulgado na terça-feira (20), o Brasil contabiliza 688.461 casos prováveis de dengue. O número é superior ao total registrado nos anos de 2017, 2018 e 2021. Se comparado ao mesmo período do ano anterior, a alta é de 315%.
Entre os casos, 5.561 são de dengue grave e com sinais de alarme. Ao todo, 122 óbitos por dengue já foram confirmados no ano.
Regiões com mais casos
O boletim também apresenta as regiões com maior incidência de dengue no país. De acordo com os dados, o Centro-Oeste é a região que lidera o ranking, seguido pelo Sudeste.
Entre os estados do Centro-Oeste, o Distrito Federal é o que contabiliza o maior número de casos prováveis, com 80.979 registros. O segundo lugar é ocupado por Goiás, com 42.407 casos.
Já no Sudeste, Minas Gerais é o estado que lidera o número de casos prováveis, com mais de 230 mil casos. O valor é mais do que o dobro registrado por São Paulo, segundo estado da região em quantidade de casos.
O Nordeste é a região do país com menor incidência de casos de dengue.
Divisão por faixa etária
Os dados do Ministério da Saúde evidenciam a uniformidade com que a dengue atinge as diferentes faixar etárias. As pessoas entre 20 e 29 anos são as que registram maior incidência da doença. Mas a incidência é pouco superior ao registrado nas demais faixas etárias.
Já com relação aos casos graves da doença, o boletim mostra que os idosos são o grupo mais suscetível a desenvolver a forma grave de dengue. A maior incidência de casos graves se concentra na faixa etária de 80 anos ou mais, seguida pela faixa de 70 a 79 anos.
Tipos de dengue no Brasil
A partir dos dados referentes a exames laboratoriais realizados para identificar a dengue, o ministério também mapeou quais são os sorotipos do vírus com maior circulação no país.
A dengue do sorotipo 1 é a mais presente no Brasil, sendo registrada em todos os estados. Na sequência, é observado o sorotipo 2, em 24 estados e no Distrito Federal.
Há a circulação simultânea dos quatro sorotipos de dengue no território nacional, mas somente Minas Gerais registrou, até o momento, a presença de todos os sorotipos atuando simultaneamente.
🦟O vírus possui quatro sorotipos diferentes: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 — todos podem causar as diferentes formas da doença.
Uma pessoa pode ter dengue até quatro vezes ao longo de sua vida. Isso ocorre porque ela pode ser infectada com aos quatro diferentes sorotipos do vírus. Uma vez exposta a um determinado sorotipo, após a remissão da doença, ela passa a ter imunidade para aquele sorotipo específico.
Casos de dengue – série histórica
- •2017 – 239.389
- •2018 – 262.594
- •2021 – 531.922
- •2014 – 589.107
- •2012 – 589.591
- •2011 – 739.370
- •2020 – 948.533
- •2010 – 1.011.548
- •2022 – 1.420.259
- •2013 – 1.454.871
- •2016 – 1.483.623
- •2019 – 1.545.462
- •2023 – 1.658.816
- •2015 – 1.688.688