Com o Rio Acre registrando 14,90 metros e ainda sem sinal de vazante, as cidades acreanas de Brasiléia e Epitaciolândia já enfrentam a segunda maior enchente da história, depois de a marca de 2012, que foi de 14,77 metros, ser superada. O manancial está a 64 centímetros da maior de todas as alagações, em 2015, quando o icônico rio acreano atingiu 15,54 metros nas duas cidades.
Em Brasiléia, a mais prejudicada das duas cidades, são mais de 4 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas pela enchente deste ano. Toda a parte baixa da cidade está inundada e as águas já começam a se acumular também em pontos da parte alta, como ocorre nas imediações do Ginásio Coberto, localizado nas imediações do Quartel da Polícia Militar.
Na cidade, 12 abrigos foram preparados para receberem as famílias atendidas até o momento. 138 indígenas, adultos e crianças estão incluídos entre as pessoas que foram levadas para esses abrigos. A prefeita da cidade, Fernanda Hassem, deu declaração classificando a situação como muito grave no município.
“Brasiléia nesse momento pede socorro às nossas autoridades do governo federal e do governo estadual. A situação é muito grave. De 11 bairros que nós temos, 9 estão alagados. Há pontos de isolamento também na zona rural”, afirmou.
Em Epitaciolândia, que possui geografia um pouco mais favorável do que Brasiléia, com relação ao rio, mais de 1.700 pessoas estão desabrigadas e 1.500 desalojadas em 3 bairros atingidos (Beira Rio, José Hassem e Satel), ultrapassando 200 famílias atendidas pela Defesa Civil. Oito abrigos foram montados pela prefeitura para receber as famílias.
As duas cidades estão entre as 17 no Acre que tiveram situação de emergência decretada e cujo reconhecimento da Defesa Civil Nacional e do Governo Federal aconteceu nesta segunda-feira (26), quando a enchente do Rio Acre já fazia com que mais de 11,2 mil pessoas deixassem suas casas. Do total, 5.578 estão desabrigadas e 5.703 desalojadas, segundo o governo do estado.