O Brasil tem três rodovias que são recordistas de apreensão de drogas. As principais são transversais, que cortam o país da esquerda para a direita, passando por diversos estados e que chegam a fazer fronteira com Paraguai e Bolívia.
No ano passado, o total de entorpecentes apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi de 707 toneladas, sendo 182 toneladas apenas nas três principais: BRs 277, 267 e 101.
O número é maior do que em 2022, quando foram 618,4 toneladas. Um aumento de 14% nas apreensões em todas as rodovias.
A BR-277, também chamada de “Grande Estrada”, é a rodovia campeã em ocorrências. Com 732,2 km de extensão, ela tem início no Porto de Paranaguá, no oceano Atlântico, e termina na Ponte Internacional da Amizade, em Foz do Iguaçu, cortando todo o estado do Paraná. Por lá, foram 81,7 toneladas de drogas apreendidas até o fim do ano passado.
Desse total, 79 toneladas foram de maconha, 1,4 tonelada de cocaína e 600 kg de crack.
Já a BR-267 é a segunda com mais apreensões. Ela é uma rodovia transversal que corta os estados de Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Começa no município de Leopoldina (MG), no entroncamento com a Rodovia BR-116, e segue até a fronteira do Brasil com o Paraguai em Porto Murtinho, Mato Grosso do Sul.
Em toda sua extensão, foram apreendidas 55,7 toneladas de entorpecentes, sendo a maioria maconha (54,5 toneladas) e uma tonelada de cocaína.
A BR-101, segunda maior do Brasil em extensão, foi a terceira no ano passado com mais droga apreendida. Essa rodovia longitudinal tem início no município de Touros, no Rio Grande do Norte, e termina em São José do Norte, no Rio Grande do Sul, ao longo de todo o litoral brasileiro. É um dos principais eixos rodoviários do país com 4 650 km de extensão.
Nessa rodovia, o total foi de 45,1 toneladas de drogas, sendo 43,6 toneladas de maconha e 1,4 toneladas de cocaína.
A rota da cocaína
Se considerarmos apenas as apreensões de cocaína, as rodovias federais mudam e a campeã de apreensões se torna a BR 364, a Rodovia Marechal Rondon, que é diagonal e tem início em Cordeirópolis (SP), indo até a divisa com Minas Gerais, depois passa por Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, acabando em Mâncio Lima, no extremo oeste deste último estado.
Foram 8,1 toneladas da droga apreendida pela PRF apenas nesta rodovia federal.
Já a segunda em números de cocaína foi a BR-262, rodovia transversal que interliga Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul, até quase na fronteira com a Bolívia. É a nona maior rodovia do país, possuindo 2 213 quilômetros de extensão.
“Crime circulando nas rodovias”
Em entrevista à CNN, o diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Oliveira, declarou que o aumento do efetivo de inteligência da corporação em rodovias gerou esses resultados. “O modal de transporte do Brasil é prioritariamente rodoviário. É natural que a PRF seja a polícia que mais apreende drogas no Brasil. Ali circulam as riquezas e circula também o crime. E nós temos uma atuação forte, e sempre tivemos”, disse.
“Fortalecemos muito a parte de inteligência. Hoje não se faz polícia sem inteligência. Não se faz comércio sem inteligência, muito menos segurança pública. Aumentamos nosso efetivo e tivemos resultado”, declarou.
Confira os dados completos:
Total de drogas:
- •2023: 707.042 toneladas
- •2022: 618.449 toneladas
Rodovias com mais drogas:
- •BR 277: 81.713 toneladas
- •BR 267: 55.740 toneladas
- •BR 101: 45.107 toneladas
Maconha
- •BR 277 – 79.637 toneladas
- •BR 267 – 54.581 toneladas
- •BR 101 – 43.635 toneladas
Cocaína
- •BR 364 – 8.167 toneladas
- •BR 262 – 6.040 toneladas
- •BR 158 – 3.282 toneladas