O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que a primeira fase do novo plano de investimentos da General Motors no Brasil será no valor de R$ 7 bilhões até 2028. O mandatário se reuniu com os executivos da empresa nesta quarta-feira (24).
“Esses investimentos vêm em boa hora, com a retomada do crescimento econômico brasileiro com programas como o Novo PAC e a Nova Política Industrial. Reindustrialização, geração de emprego e compromisso com o desenvolvimento sustentável”, escreveu o presidente na rede social X, antigo Twitter.
Em coletiva de imprensa para detalhar a reunião e o plano da empresa, o presidente da GM internacional, Shilpan Amin, afirmou que os valores serão voltados para as fábricas da companhia no país, para renovar as frotas, melhorar a sustentabilidade, melhorar o treinamento de pessoal, além de lançamentos de novos modelos.
“A discussão com o presidente Lula foi fantástica. A transformação no setor não vai acontecer do dia para a noite, vai levar em consideração nossos fornecedores, vai precisar de regulamentação e confiança no que estamos fazendo. Também pensamos como trabalhar juntos e como ser líderes dessa tecnologia, estamos prontos para essa discussão e alinhados com o presidente Lula”, disse Almin.
O vice-presidente da GM América do Sul, Fábio Rua, também esclareceu que há um cronograma para distribuir os investimentos ao longo do tempo e garantiu que os valores poderão ser aumentados “a depender da demanda de mercado”.
O presidente da GM para América do Sul, Santiago Chamorro, apontou que todo o investimento anunciado será apenas para o Brasil e não envolve outros países, como a Argentina. Ele também revelou que ao longo de 2024 a empresa lançará seis novos modelos.
“Estamos modernizando nossas atuais fábricas de produção. Temos uma capacidade ampla e esperamos crescer fora do Brasil, na América do Sul. Exportamos mais de R$ 8 bilhões por ano. 80% dos veículos da GM já são de fonte brasileira. Esperamos melhorar as condições econômicas do Brasil, para crescer esse volume e aumentar as nossas fábricas”, frisou.
“A companhia segue com sua visão de futuro, de um mundo zero acidente, zero emissão e zero congestionamento. Esta estratégica engloba recursos avançados de segurança veicular e de produtos cada vez mais eficientes do ponto de vista energético e ambiental”, dizia um comunicado da empresa enviado à imprensa.
Demissões em massa
Em outubro do ano passado, a GM comunicou a demissão de trabalhadores em três fábricas no estado de São Paulo. As dispensas ocorreram nas cidades de São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes.
Alguns metalúrgicos foram avisados das demissões por telegrama e por e-mail, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região.
Nesta quarta, o vice-presidente da GM América do Sul, Fábio Rua, evitou comentar sobre a situação, mas disse que as demissões foram feitas em “uma conjuntura que pedia ajustes”.
“As demissões vieram em um contexto particular no final do ano passado, mas a nossa perspectiva é continuar crescendo”, se limitou a dizer.
Na época, GM justificou as demissões em decorrência da queda nas vendas, o que levou a empresa a “adequar seu quadro de empregados”. A fabricante de automóveis não informou o número exato de dispensados.
Para o sindicato, as demissões não foram previamente negociadas, o que fere um acordo firmado com a empresa.
“A entidade exige o cancelamento de todas as demissões e a reintegração de todos os trabalhadores”, disse o sindicato, em nota na época.