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Mercado de trabalho e ociosidade podem determinar ritmo de queda da inflação

O Banco Central avalia que as expectativas de inflação seguem desancoradas e são um fator de preocupação, com a evolução do mercado de trabalho e da ociosidade da economia sendo fatores relevantes para o comportamento de preços à frente, de acordo com a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada nesta terça-feira.


“A evolução prospectiva do hiato do produto e o comportamento do mercado de trabalho foram considerados muito relevantes para determinar a velocidade com que a inflação atingirá a meta”, apontou o documento.


A ata mostrou que o mercado de trabalho segue aquecido no Brasil, com “alguma moderação na margem”, ressaltando que os dados referentes à contratação no emprego formal se mantêm em níveis elevados e compatíveis com um mercado de trabalho bastante dinâmico.


O documento ressaltou ainda que foi observada ampliação dos ganhos reais de salários no período mais recente, o que pode refletir questões temporárias, sem evidência de pressões salariais.


“O Comitê julgou que é importante seguir monitorando com bastante atenção as diferentes variáveis do mercado de trabalho, em particular com um acompanhamento minucioso da dinâmica de rendimentos reais”, disse.


O Comitê considerou que o mercado de trabalho aquecido e o apertado hiato do produto — espaço que a economia tem para crescer até atingir sua capacidade máxima e começar a gerar pressão inflacionária — é fonte de incerteza sobre a desinflação de várias economias avançadas.


O BC decidiu na semana passada fazer um quarto corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 11,75% ao ano, e afirmou que sua diretoria antevê reduções equivalentes nas próximas reuniões.


A decisão do colegiado, segundo o documento, envolveu a opção de se manter sua comunicação recente, “que já embute a condicionalidade apropriada em um ambiente incerto”, especificando o curso de ação caso se confirme o cenário esperado.


Esse ritmo de corte da Selic, de acordo com o comunicado, conjuga o firme compromisso com a reancoragem de expectativas e a dinâmica desinflacionária e o ajuste no nível de aperto monetário em termos reais.


A ata reforçou que há necessidade de se manter uma política monetária ainda contracionista pelo horizonte relevante para que se consolide convergência da inflação.


De acordo com o BC, a incerteza, em particular no cenário internacional, que tem se mostrado volátil, prescreve cautela na política monetária.


“Houve um progresso desinflacionário relevante, em linha com o antecipado pelo Comitê, mas ainda há um caminho longo a percorrer”, afirmou.


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