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Ações de aéreas sobem em meio à pressão de governo por passagens mais baratas

As ações das companhias aéreas brasileiras subiam nesta terça-feira (19), com o alívio dos investidores pelo fato de um acordo do governo para reduzir os preços das passagens não ter sido tão pesado quanto alguns esperavam, em meio à campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tornar as passagens aéreas mais acessíveis.


A Azul subia cerca de 4%, enquanto a Gol avançava mais de 2%, ambas entre as principais altas do Ibovespa, que tinha elevação de 0,5%.


As duas companhias concordaram com o governo Lula na segunda-feira (18) em limitar os preços de milhões de passagens domésticas.


“Nossa visão é de que o mercado esperava algo pior”, disseram analistas da Genial Investimentos em nota a clientes, acrescentando que as tarifas com preços limitados não devem reduzir “significativamente” os yields de 2024, um indicador de preços do setor.


Ainda assim, o Ministério dos Portos e Aeroportos classificou o acordo de preços como o “primeiro passo” de um programa para reduzir as tarifas, e Lula considerou a possibilidade de um projeto de lei para lidar com os custos das viagens aéreas, que estão no nível mais alto em 14 anos.


“Essa é uma coisa que o governo vai ter que se debruçar, o Senado vai ter que se debruçar para a gente tentar encontrar uma solução”, disse o presidente em um evento na noite de segunda-feira. “Não tem explicação o preço das passagens de avião neste país.”


As companhias aéreas dizem que o mercado local reflete uma tendência global, com a demanda aquecida por viagens aéreas após a pandemia e problemas na cadeia de suprimentos que afetam a capacidade dos fabricantes de aviões de entregar novas aeronaves que aumentariam a capacidade.


“Eu sou chamado em Brasília toda semana para me baterem por causa do preço da passagem”, disse o presidente-executivo da Azul, John Rodgerson, a repórteres na semana passada. “Mas o preço da passagem é baseado na demanda que existe no mercado. O mercado está com muita demanda neste momento, então a maneira para ajudar isso é trazer mais oferta.”


No acordo de segunda-feira com o governo, a Azul concordou em vender 10 milhões de passagens por menos de R$ 800 no próximo ano. A Gol oferecerá 15 milhões de assentos por menos de R$ 700 cada e a Latam se comprometeu a aumentar sua oferta de voos no Brasil.


Os observadores do setor estão céticos quanto ao quanto isso mudará a tarifa aérea média no país, atualmente em torno de R$ 750, a mais alta desde 2009, de acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).


“A resposta dos clientes aos atuais níveis tarifários permanece positiva, sem sinais de desaceleração da demanda”, disseram analistas do BTG Pactual em uma nota após receberem a administração da Azul para uma reunião, acrescentando que a companhia aérea “não prevê grandes ajustes tarifários”.


Tanto a Azul quanto a Gol reduziram no mês passado suas perspectivas para o total de assentos disponíveis neste ano.


A Azul espera adicionar 19 novas aeronaves à sua frota no próximo ano, mas reconhece que os fabricantes de aviões em todo o mundo enfrentam grandes obstáculos no fornecimento de motores, o que também aumenta os custos de manutenção para as companhias aéreas.


A Gol fez uma reclamação semelhante na semana passada, culpando o atraso nas entregas das aeronaves 737 MAX da Boeing por limitar o crescimento da companhia aérea e pressionar sua equipe de manutenção.


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