Mais de mil invasores estão sendo retirados de duas terras indígenas no Sudoeste do Pará. Uma operação do governo federal tem o objetivo de combater atividades ilegais nesses territórios, como garimpo e criação de gado. As ações cumprem decisões da Justiça Federal para resgatar um direito adquirido por lei há quase 30 anos pelos povos originários – o de usufruir integralmente dos territórios que habitam.
O sobrevoo dos policiais federais flagrou crimes ambientais nas duas terras indígenas mais desmatadas do Brasil, Apyterewa e Trincheira Bacajá. Até agora, os agentes apreenderam madeira ilegal, armas, munição e equipamentos utilizados no desmatamento. Perto da terra Apyterewa, agentes interceptaram um transporte de madeira ilegal. A carga seria levada para uma madeireira que foi multada e está sendo investigada.
As terras Apyterewa e Trincheira Bacajá atravessam quatro municípios paraenses. Quase 2.500 indígenas de 51 aldeias vivem nos dois territórios. A presença de invasores prejudica o meio ambiente: ameaça a caça, a pesca e ainda gera conflitos, e por fim, dificulta a sobrevivência dos indígenas. Segundo as investigações, a vegetação foi desmatada para retirar madeira, ouro, e criar gado.
Equipes da Polícia Federal, Funai e Força Nacional participam da operação, que vai até o fim do ano. A partir de agora, segundo os órgãos de fiscalização, toda a estrutura ilegal nas terras indígenas será inutilizada – incluindo pontes, cercas e vias de acesso. Essas medidas serão tomadas para dificultar e impedir a entrada de invasores. As áreas também serão mais monitoradas.