O cenário também vinha na esteira das novas projeções para a inflação trazidas pela mais recente edição do Boletim Focus.
O relatório do Banco Central do Brasil (BC), que reúne projeções de economistas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do país, indicou pela primeira vez que o índice de preços deve encerrar o ano de 2023 dentro da meta nacional.
Investidores ainda seguiram de olho em novas sinalizações sobre o rumo das taxas de juros nos Estados Unidos e no Brasil e monitoraram os desdobramentos da guerra entre Israel e Hamas.
Veja abaixo o dia nos mercados.
Dólar
Ao final da sessão, o dólar recuou 1,02%, cotado a R$ 5,0367. Na mínima do dia, atingiu os R$ 5,0337. Veja mais cotações.
Na última sexta-feira, a moeda norte-americana fechou o dia com alta de 0,78%, vendida a R$ 5,0885. Com o resultado de hoje, a moeda passou a acumular:
- •queda de 1,02% na semana;
- •alta de 0,20% no mês;
- •recuo de 4,57% no ano.
Na última sexta-feira, o índice fechou com queda de 1,11%, aos 115.754 pontos. Com o resultado de hoje, passou a acumular:
- •alta de 0,67% na semana;
- •queda de 0,03% no mês;
- •ganhos de 6,20% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
Sem grandes novidades na agenda doméstica, o destaque do dia ficou com a última edição do Relatório Focus, do Banco Central (BC).
O relatório trouxe novas projeções para a inflação, apontando que o indicador deve encerrar 2023 em 4,75% no teto da meta do governo. O recuo das previsões vem depois de, na semana passada, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelarem que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi menor que o esperado em setembro, com uma alta mensal de 0,26%.
Já para 2024, a estimativa de inflação ficou estável em 3,88%. No próximo ano, a meta de inflação é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Uma inflação controlada é benéfica para a economia porque, entre outros motivos, permite que o BC reduza a Selic, taxa básica de juros. Atualmente, a taxa está em 12,75% ao ano, após dois cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual promovidos pela instituição.
Nessa linha, outro ponto de atenção por aqui ficou com as falas recentes do diretor de relacionamento, cidadania e supervisão de conduta do BC, Maurício Moura.
Ele afirmou nesta segunda-feira que a instituição continuará a reduzir a Selic enquanto achar que há espaço e reforçou que a sinalização mais recente é de corte de 0,50 ponto percentual nos próximos encontros de política monetária.
Já no exterior, investidores seguiram em compasso de espera pela divulgação de novos dados econômicos e resultados corporativos previstos para esta semana.
Além disso, um discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, previsto para os próximos dias também fica no radar. A expectativa é que o banqueiro central dê novas sinalizações sobre os próximos passos da política monetária norte-americana. Atualmente, as taxas básica de juros do país estão entre 5,25% e 5,50% ao ano.
Por fim, as atenções continuam voltadas à guerra entre Israel e Hamas. O conflito no Oriente Médio entrou em seu 10º dia nesta segunda-feira, com milhares de mortos e feridos e uma grande corrida diplomática de outros países e autoridades, que tentam evitar que a guerra escale para outros locais da região.
A principal preocupação econômica com o confronto é em relação ao petróleo, tendo em vista que a região do Oriente Médio é uma importante produtora e exportadora da commodity.