As alunas da Universidade Federal do Acre (Ufac) que acusam o acadêmico de história Alicio Lopes de Souza de abuso sexual e ameaças dentro do campus, em Rio Branco, começaram a ser ouvidas na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) nessa segunda-feira, 25.
A investigação começou após a Associação de Docentes da Universidade Federal do Acre (Adufac) denunciar o caso. Segundo o G1/Acre, a delegada Elenice Frez, que está à frente das investigações, contou que não há previsão legal para uma medida protetiva coletiva, como chegou a propor a Adufac, mas disse que o caso segue sendo apurado.
A delegada destacou que as vítimas e o suspeito devem ser ouvidos no inquérito, mas destacou ainda que caso não se encaixa na Lei Maria da Penha. “O caso não ocorreu no contexto da Lei Maria da Penha, então, estão sendo adotadas as providências legais para investigar os fatos e responsabilizar o autor”, declarou.
Quem também esteve na delegacia foi a presidente da Adufac, professora Letícia Mamed, que compareceu à Deam na segunda, junto a vítimas que relataram terem sido assediadas por Alicio Lopes de Souza, estudante do curso de bacharelado em História da Ufac. “Estamos mobilizando outras vítimas para irem à delegacia, também formalizar suas denúncias”, explicou.
Relembre o caso
No dia 15 de setembro, o Conselho Universitário decidiu por manter Souza suspenso até que seja encerrado o processo disciplinar aberto contra ele na Ufac. Com 59 votos a favor, Souza ficou proibido de participar de atividades acadêmicas e de frequentar o campus universitário. O Centro Acadêmico Pedro Martinello denunciou casos de abuso, importunação sexual e ameaças que teriam sido cometidos por Souza.
De acordo com uma nota oficial, o centro relata que o problema acontece desde o ano passado, mas há relatos de casos ao longo dos últimos quatro anos.