José Vicente de Cerqueira Sena, de 40 anos, foi baleado dentro da própria casa, enquanto tomava banho. O crime aconteceu no dia 6 de setembro, em Luís Eduardo Magalhães, e ele não resistiu aos ferimentos. Durante as investigações, a esposa da vítima foi apontada como suspeita e presa.
Além dela, pelo menos outras duas pessoas participaram do crime. Segundo a irmã da vítima, elas teriam sido pagas através de pix feitos na mesma semana do crime.
Veja o que se sabe e o que falta esclarecer sobre o caso:
• Quem é a vítima?
• Onde e com quem ele estava no momento do crime?
• O que as câmeras de segurança da casa filmaram?
• Quem são os suspeitos?
• Qual foi a motivação?
• O crime foi pago?
• O que diz a família da vítima?
Quem é a vítima?
José Vicente de Cerqueira Sena, de 40 anos, é natural de Feira de Santana, mas morava em Luís Eduardo Magalhães há anos. Ele vivia na cidade com a esposa e os dois filhos que teve com ela, crianças de 4 e 3 anos.
Na cidade, ele trabalhava como torneiro mecânico em fazendas da região e tinha uma loja de confecções com a esposa.
Onde e com quem ele estava no momento do crime?
No dia do crime, José Vicente estava na casa em que vivia. Além dele, a esposa e os dois filhos estavam no local.
No momento do crime, a vítima tomava banho e as crianças estavam dentro de um quarto. De acordo com a irmã de José, o cômodo fica a apenas três metros do banheiro onde ele foi baleado e as crianças ouviram os disparos.
O que as câmeras de segurança da casa filmaram?
Imagens de câmeras de segurança divulgadas nas redes sociais na terça-feira (12) mostram a cronologia do crime:
👉 Um carro com dois homens estacionou em frente ao imóvel do casal. Em seguida, a esposa de José abriu a garagem, tirou o carro dela e deixou o portão aberto para que um dos homens entrasse na casa.
👉 Com o homem armado já dentro do imóvel, a mulher o acompanhou e, juntos, eles circularam em busca da vítima. Depois, a mulher indicou que o marido estava dentro do banheiro, tomando banho.
👉 José Vicente foi surpreendido pelo suspeito e baleado, mas conseguiu fugir. Ele correu sem roupas pela rua.
👉 O atirador foi atrás dele e o outro suspeito, que aguardava dentro do carro, desceu do veículo para também perseguir a vítima.
👉 José conseguiu lutar contra o homem e tentou escapar por um terreno. No entanto, ele foi alcançado e atingido por mais disparos.
👉 A vítima foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Luís Eduardo Magalhães, mas não resistiu aos ferimentos.
Quem são os suspeitos?
Ainda no local do homicídio, investigadores da polícia desconfiaram do comportamento da esposa. Ela prestou depoimento na delegacia e forneceu, de forma espontânea, o aparelho que gravava imagens de segurança da residência do casal.
A mulher teria cortado os fios do aparelho e imaginou que desta forma apagaria as imagens.
No entanto, após análise da câmera, foi constatado o envolvimento dela no crime. Ao ser questionada, ela confessou ser mandante do homicídio contra o marido. Disse ainda que o companheiro a ameaçava de morte por causa de um desacordo comercial entre o casal.
Além dela, pelo menos outras duas pessoas são procuradas: o motorista do carro e o executor. Eles ainda não foram presos.
Qual foi a motivação?
Em depoimento à polícia, a suspeita informou que o companheiro a ameaçava de morte por causa de um desacordo comercial entre o casal. A irmã da vítima não acredita que essa tenha sido a motivação do homicídio, pois o José e a esposa eram casados com separação de bens.
Segundo Joseane, os meninos relataram que ouviram os barulhos dos tiros.
“Os meninos estão traumatizados, estavam no quarto e ouviram o barulho do tiro. O menorzinho fala com a minha mãe, ‘minha vó pô pô pô pô’ [barulho do tiro]”, contou.
As crianças estão sendo acompanhadas por uma psicóloga e ainda não sabem que o pai morreu, nem que a mãe está presa.
O crime foi pago?
Segundo Joseane de Cerqueira, a irmã da vítima, sim. A esposa de José Vicente teria encomendado o assassinato por R$ 18 mil.
Ainda confirme Joseane, a suspeita teria pago R$ 4 mil no dia 4 de setembro, dois dias antes do crime. Os pagamentos via pix feitos para duas contas diferentes: na primeira, foi depositado R$ 3 mil; na segunda, R$ 1 mil.
Os valores teriam sido pagos para o executor e para a pessoa que o indicou para o crime. A Polícia Civil não confirmou a informação.
O que diz a família da vítima?
De acordo com Joseane, irmã de José Vicente, a suspeita a ligou desesperada após o crime. Ao telefone, a esposa da vítima chorou e foi consolada pela cunhada no dia 6 de setembro, antes de ser presa por suspeita de envolvimento.
A família descobriu que a esposa de José era apontada como mandante do crime durante o velório, que aconteceu em Luís Eduardo Magalhães.
“Eu nunca pensei que ela tinha feito isso com ele, porque ela ligou para mim chorando, gritando. Ela me consolou e eu a consolei”, disse.
Após o crime, a família da vítima luta pela guarda dos filhos de José Vicente. As crianças estão com a avó paterna, na cidade de Feira de Santana, a 100 km de Salvador, onde vive parte da família.