O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que vai enviar à Polícia Federal o relatório elaborado pela Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) sobre a Lava Jato de Curitiba para que a corporação apure “possíveis crimes” cometidos pela força-tarefa em relação à destinação de recursos oriundos de depósitos judiciais.
“Enviarei o relatório da Corregedoria Nacional para análise da Polícia Federal, no tocante a possíveis crimes perpetrados acerca da destinação dos recursos financeiros manuseados pela Lava Jato”, escreveu em uma rede social.
Na tarde desta segunda-feira (18/9), o ministro ainda detalhou as medidas em uma entrevista coletiva na sede do ministério. Dino explicou que recebeu um ofício do corregedor nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, encaminhando relatório da investigação sobre a movimentação financeira da Lava Jato no âmbito da 13ª Vara Federal do Paraná, que era comandada pelo atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR).
No ofício, segundo Dino, Salomão relata que haveria “uma atuação comissiva ou omissiva do juiz da 13ª Vara envolvendo a própria força-tarefa do Ministério Público Federal e advogados da Petrobras”. O acordo em questão previa repasse de valores de acordo de colaboração e leniência para a Petrobras.
Durante o período analisado por Salomão, conforme Flávio Dino, houve a destinação por parte desses acordos de mais de R$ 2 bilhões à própria Petrobras e, posteriormente, houve um outro acordo com a participação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos e da Suíça que levou com que houvesse o reconhecimento de danos pela Petrobras.