Até agosto de 2023, os conflitos externos e internos entre organizações criminosas respondem por 44,7% dos assassinatos no Acre. Essas disputas, que ocorrem dentro e fora dos grupos faccionados, seguem respondendo pela maioria das mortes violentas intencionais no Estado: do total de 150 assassinatos ocorridos no período, em 67 das ocorrências essa era a motivação.
Os dados são do Observatório de Análise Criminal do Ministério Público Estadual, atualizados neste mês de setembro. “A maior parcela dentre as causas, direta ou indireta, ainda recai nos conflitos que envolvem as facções”, analisa o Observatório do MPAC.
A violência desenfreada tem destruído a vida de boa parte da população, mas especialmente a juventude sofre com essa situação: de janeiro a agosto de 2023, uma parcela significativa das vítimas de mortes violentas intencionais (MVIs), que chega a 45,3%, corresponde a pessoas jovens. “Percebe‐se, ainda, que a maior concentração, considerando os intervalos etários, recai nas vítimas com idade de 30 a 34 anos”, completa o Observatório.
O MPAC sempre lembra que no que se refere à taxa de MVI por grupo de 100 mil habitantes, esse indicador vinha se mantendo até 2015 abaixo da taxa nacional, mas apresentou em 2016 e 2017 crescimentos expressivos que resultaram em índices sem precedentes históricos.
Especificamente em 2017, o Acre teve a segunda maior taxa dentre os Estados brasileiros. Em dois anos, de 2016 a 2017, o aumento na taxa foi de 145% em relação a 2015. “A partir do ano de 2018, a taxa de MVI por grupo de 100 mil habitantes no Acre começou a apresentar redução, resultado este que se repetiu em 2019, 2020 e 2021, voltando a recrudescer, de forma significativa, somente em 2022”.