Quase 2 mil pessoas foram identificadas como vítimas de tráfico humano para trabalho escravo em 2022 no Brasil, apontam os resultados divulgados nesta quinta-feira (3) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Os dados são fruto de uma análise dos relatórios de fiscalização feitos pelos auditores-fiscais do Trabalho em ações para prevenir e reprimir o tráfico interno e internacional de pessoas, segundo o governo federal.
No total, 1.970 vítimas foram identificadas neste ano. Além disso, o relatório mostra que, desde 2016, a Inspeção do Trabalho resgatou 4.888 pessoas em situação de trabalho escravo, e que também haviam sido vítimas de tráfico humano.
A maioria das vítimas é dos estados de Minas Gerais, Maranhão e Bahia. Já Minas Gerais, Goiás e Rio Grande do Sul foram identificados como os principais destinos dos trabalhadores traficados, conforme o MTE.
Os dados apontam ainda que 93% das vítimas são homens, predominantemente de etnia preta ou parda (85%), e com baixa escolaridade (23% com até o 5º ano incompleto e 7% analfabetos).
Ainda segundo o relatório, 46 vítimas tinham entre 13 e 17 anos quando foram resgatadas.
Denuncie
A Organização das Nações Unidas (ONU), no Protocolo de Palermo, define o tráfico de pessoas como atividade que envolve diversas formas de coação e exploração, como trabalho forçado, condições análogas à escravidão, servidão e exploração sexual.
É possível denunciar o tráfico de pessoas para trabalho escravo no Sistema Ipê, de forma anônima ou identificada.