A Cúpula da Amazônia começa oficialmente nesta terça-feira (8) sem adesão dos países que a integram sobre a principal proposta brasileira colocada na mesa: a inclusão de metas de desmatamento zero na chamada Carta de Belém.
Nas reuniões de segunda-feira (7) que antecederam os encontros dos chefes de estado, ocorridas no Palácio do Governo, ministros de Meio Ambiente e de Relações Exteriores de dois países tentaram avançar no assunto, mas sem sucesso.
Segundo fontes do governo brasileiro, houve convergência no propósito de reduzir o desmatamento da Amazônia com metas intermediárias, mas os países não quiseram se comprometer com zerar o desmatamento em um prazo determinado.
O Brasil vinha defendendo a inclusão no texto da meta de desmatamento zero até 2030, que integra o seu plano de combate ao desmatamento na Amazônia.
A inclusão pode ocorrer ainda hoje se os chefes de estado concordarem, mas é improvável que isso ocorra.
A percepção dentre as autoridades brasileiras é de que, por outro lado, foi assumida uma posição, praticamente unânime, de que é preciso uma ação coletiva em defesa de seus interesses por meio do fortalecimento da Organização do Tratado de Cooperação Amazônico.
O objetivo é ter uma posição mais única sobre a arquitetura financeira a ser apresentada aos países ricos nas próximas conferências mundiais de clima (COP).
Outro consenso é a necessidade de de incluir a população da Amazônia no debate, algo que a Cúpula organizou para ocorrer.
No último final de semana, 27 mil pessoas participaram de mesas de debates promovidos por entidades civis sobre diversos temas do bioma. O resultados dos debates serão entregues aos chefes de estado nesta terça-feira.
Programação
A reunião dos Chefes de Estado e de Governo dos países signatários do Tratado de Cooperação Amazônica começa hoje às 9h no Hangar Centro de Convenções. Depois, há uma foto oficial dos países signatários do tratado e, às 13h30, um almoço entre eles. A reunião continua à tarde.