Aliados de Jair Bolsonaro (PL) estão preocupados em relação às conversas encontradas no celular de Frederick Wassef, advogado que representa o ex-presidente.
O temor é que informações sigilosas envolvendo Bolsonaro e os filhos dele possam ter sido compartilhadas por Wassef, principalmente acerca dos processos que envolvem a família.
A Polícia Federal (PF) já conseguiu acessar o conteúdo dos celulares do advogado, apreendidos no último dia 16 durante a operação que apura irregularidades na venda das joias recebidas por Bolsonaro como presentes durante viagens oficiais.
De acordo com fontes de dentro da corporação, o processo de análise ainda não foi concluído e ainda deve levar um tempo, já que Wassef não passou aos investigadores as senhas dos aparelhos.
Por outro lado, de acordo com pessoas próximas ao ex-presidente, não há nada de comprometedor nas conversas entre os dois.
O ex-presidente e o advogado costumavam se comunicar apenas por ligações de áudio no WhatsApp, ou seja, sem deixar registros.
Novos depoimentos
Na próxima quinta-feira (31), Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) serão ouvidos pelos policiais federais sobre o caso das joias.
Também foram intimados Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o pai dele, general Mauro Lourena Cid; Frederick Wasseff e Fábio Wajngarten, advogados da família Bolsonaro; e os assessores do ex-presidente Marcelo Câmara e Osmar Crivelatti.
As informações obtidas nos celulares apreendidos devem ser utilizadas para formular os questionamentos feitos pelos agentes da PF durante as oitivas.
O ex-presidente e a ex-primeira-dama já indicaram que vão comparecer ao depoimento, mas a defesa do casal ainda avalia qual estratégia será adotada durante a fala, conforme apurou a CNN.