Preso nesta quarta-feira (2), o hacker Walter Delgatti Neto disse à Polícia Federal (PF), em um depoimento no final de junho, que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) pediu para ele obter “conversas comprometedoras” do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O pedido, conforme o hacker, envolveria a invasão do celular ou do e-mail do magistrado.
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O depoimento de Delgatti foi prestado à PF em 27 de junho, na investigação que tramitava na Justiça Federal do Distrito Federal sobre a invasão de sistemas eletrônicos do Judiciário.
Ao mencionar o nome da congressista, a 15ª Vara Criminal decidiu encaminhar o caso ao STF. Delgatti ficou conhecido como “hacker da Vaza Jato”, pelo acesso de mensagens da Operação Lava Jato.
“QUE o declarante [Delgatti] havia conseguido acessar o e-mail do Ministro em 2019, fato também investigado na ‘Operação Spoofing’, mas não encontrou qualquer coisa comprometedora. Falando isso para a Deputada; QUE o declarante também não acessou o celular do Ministro; QUE a Deputada disse que, caso o declarante conseguisse invadir os sistemas, teria emprego garantido, pois estaria salvando a Democracia, o País, a liberdade; QUE saiu até uma reportagem na VEJA relatando o encontro do declarante com a Deputada, sendo que, na reportagem, até o ex-Presidente JAIR BOLSONARO foi mencionado”, diz trecho do depoimento, citado em decisão de Moraes de terça-feira (1).
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Na decisão, o magistrado determinou a prisão preventiva de Delgatti e autorizou buscas e apreensões em endereços de Zambelli e de assessores. A PF cumpriu as ordens na manhã desta quarta-feira (2).
Também no depoimento do final de junho, Delgatti confessou “ter sido o responsável pela invasão do sistema do CNJ, sendo que fez vídeos, prints e criou um PDF com o passo-a-passo demonstrando como invadiu, sendo que tudo isso está no seu computador”, diz um trecho do documento.