O ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho depõe nesta quinta-feira (31) à CPI das Pirâmides Financeiras na Câmara.
Ronaldinho já tinha faltado a duas convocações anteriores e, segundo o comando da CPI, estaria sujeito a ser conduzido à comissão de forma coercitiva (ou seja, levado por policiais).
No último dia 24, Ronaldinho disse que não conseguiria chegar em Brasília em razão do mau tempo que cancelou voos em Porto Alegre na véspera. Na semana anterior, disse que não tinha sido notificado a tempo do agendamento.
Para o relator da comissão, deputado Ricardo Silva (PSD-SP) , a justificativa não foi suficiente – e disse que a CPI poderia pedir a condução coercitiva do ex-jogador.
Sem Ronaldinho, a CPI manteve a sessão da última quinta e ouviu o depoimento do empresário Roberto de Assis Moreira – irmão do ex-jogador e conhecido como “Assis”.
Ronaldinho Gaúcho, seu irmão Assis e Marcelo Lara foram convocados a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito para falar sobre a empresa 18K Ronaldinho, de propriedade dos envolvidos.
A defesa dos ex-jogadores tinha apresentado um pedido de habeas corpus para que eles não precisassem comparecer à comissão. Mas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin assegurou apenas o direito ao silêncio para ambos.
No dia 25, a pedido da CPI, a Polícia Federal chegou a ir a um endereço de Ronaldinho na Barra da Tijuca, no Rio, para apreender o passaporte do ex-jogador.
Ele não estava em casa. Com isso, foi comunicado da busca e orientado a entregar o documento à PF ou à Justiça Federal.
Suposta fraude em criptomoedas
Ronaldinho Gaúcho foi convocado a prestar esclarecimentos por suspeitas de envolvimento em fraudes com investimentos em criptomoedas envolvendo a empresa 18K Ronaldinho.
“A empresa afirmava trabalhar com trading e arbitragem de criptomoedas e prometia a seus clientes rendimentos de até 2% ao dia, supostamente baseado em operações com moedas digitais, o que levantou suspeitas de se tratar de uma pirâmide financeira devido às promessas de altos e rápidos retornos”, justificou o relator no requerimento de convocação.
O relator também afirmou que a empresa de Ronaldinho Gaúcho foi apontada pelo Ministério Público como pirâmide financeira.
“Após o rompimento, o ex-jogador esteve envolvido em uma pirâmide e sua imagem, dada sua credibilidade e popularidade, incentivou milhares de pessoas a investir em uma fraude, o que causou prejuízos a elas”, declarou ele.