Quando um submarino de mísseis balísticos dos Estados Unidos emergiu para uma rara visita à Coreia do Sul nesta semana, foi um lembrete contundente de que Washington sempre tem mísseis com potencial nuclear posicionados a uma curta distância da Coreia do Norte, disseram analistas.
Ter armas nucleares fora de vista nos mares da península coreana é um impedimento potencialmente mais forte para as ambições da Coreia Norte, segundo alguns analistas, do que instalá-las na Coreia do Sul, como Washington havia feito de 1958 a 1991.
“Colocar armas nucleares no mar e em submarinos é, na verdade, um impedimento mais forte de várias maneiras”, disse Duyeon Kim, do Centro para uma Nova Segurança Norte-Americana.
“A dissuasão é fortalecida quando a localização dos ativos estratégicos norte-americanos é desconhecida do adversário, desde que o adversário saiba que essas armas existem.”
O submarino da classe USS Kentucky Ohio chegou do porto sul-coreano de Busan na terça-feira (18) e encerrou sua visita nesta sexta-feira (21), disse uma fonte com conhecimento direto de suas movimentações.
Na quinta-feira (20), o ministro da Defesa da Coreia do Norte disse que a mera presença de tais armas na Coreia do Sul poderia atender aos critérios para o Norte usar suas armas nucleares e alertou os EUA contra o envio de mais ativos com capacidade nuclear.
A visita do submarino de mísseis balísticos foi a primeira do tipo à Coreia do Sul desde a década de 1980 e segue um debate crescente nos últimos anos sobre se os Estados Unidos devem devolver armas nucleares táticas à Coreia do Sul ou se os sul-coreanos devem desenvolver as suas próprias.
Dando garantia de seu compromisso de defender o Sul, Washington tem intensificado as exibições de força nuclear e criou um novo grupo para planejamento de guerra.
A China, o aliado mais importante da Coreia do Norte, não comentou a visita do submarino, mas acusou os EUA de aumentar a tensão na região com seus desdobramentos militares.
Como os submarinos dos EUA dependem de sigilo e discrição para garantir sua sobrevivência e preservar sua capacidade de lançar mísseis nucleares durante uma guerra, eles raramente fazem escalas públicas em portos estrangeiros.