Relatórios da Abin apontam participação de transportadoras em atos golpistas do dia 8

Relatórios produzidos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) indicam a possível participação, nos atos golpistas de 8 de janeiro, de transportadoras, donas de caminhões e empresas suspeitas de envolvimento com o garimpo ilegal.


As informações foram reveladas pelo jornal “Folha de S.Paulo” e confirmadas nesta segunda-feira (17) pela GloboNews. Os relatórios foram entregues pela agência de inteligência à CPI dos Atos Golpistas.


A Abin identificou 272 caminhões que chegaram a Brasília a partir de novembro de 2022, logo após o resultado das eleições em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrotou Jair Bolsonaro (PL).


Metade dos veículos pertencia a empresas. O restante estava registrado em nome de pessoas físicas, sócias de empresas de médio porte do setor agropecuário.


Risco potencializado

 


A agência avaliou também que a entrada em Brasília desses caminhões, ainda em novembro do ano passado e sem resistência das forças de segurança, “potencializou” o risco de invasão às sedes dos Três Poderes em janeiro deste ano.


Outro ponto destacado no documento foi a ligação entre esses manifestantes e os que, em 2021, invadiram a Esplanada dos Ministérios às vésperas do 7 de setembro.


Na ocasião, barreiras foram derrubadas e somente a última, próxima ao Itamaraty, resistiu. O objetivo era cercar o Supremo Tribunal Federal (STF). Para a Abin, a base social daquela movimentação é a mesma que culminou nos ataques em 2023.


O relatório que analisou a participação de grupos econômicos nos comboios de caminhões foi produzido em fevereiro deste ano, já pela nova gestão da Abin.


Garimpo ilegal

 


Em março, foi produzido um outro parecer, sobre a relação dos atos golpistas com o garimpo ilegal. Para verificar a ligação, a Abin cruzou os dados com maquinários apreendidos no Pará em operações contra crimes ambientais.


Os relatórios afirmam que Enric Juvenal da Costa Lauriano, um lobista pró-garimpo, teria ajudado a divulgar canais de financiamento dos movimentos golpistas. Uma escavadeira apreendida em 2022 na Terra Indígena Kayapó estaria em seu nome, segundo os agentes.


O canal divulgado Lauriano seria um Pix em nome de uma empresa de informática pertencente a Ricardo Pereira Cunha, que também é proprietário da Mineração Carajás Limitada.


GloboNews procurou Lauriano e Pereira, mas não teve resposta. Procurada, a Abin informou que não comentaria os relatórios.


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