O estudo “Que arma é essa? Ranking de transparência de armas de fogo no Brasil”, produzido pelo Instituto Igarapé, mostra que o número de armas registradas no Estado do Acre aumentou 111% entre 2018 e 2022, chegando a 10.804 unidades cadastradas nos órgãos de controle. Em 2019, eram 6.806 armas.
No ranking geral, com apenas cinco pontos concedidos de acordo com os critérios do Igarapé, o Acre ocupa a 18a colocação e a transparência em relação às armas legais é tido como “muito baixa”.
No ranqueamento de 2021, o Acre ocupava a 8a posição com 26 pontos -ou seja: caiu 21 pontos, uma situação que chama a atenção para outras: De acordo com estudo do Ministério Público do Acre, o alto percentual de mortes violentas intencionais praticado com armas de fogo, manteve‐se elevado durante o período de 2016 a 2018, quando os conflitos entre facções foram mais acirrados entre as facções atuantes no Acre. No último trimestre de 2022 o MP registrou crescimento significativo mortes violentas intencionais causadas pela utilização de armas de fogo, “cenário este que segue em proporção compatível, considerando os cinco primeiros meses 2023, sendo que dos 93 assassinatos, 66% ocorreram com uso de tal armamento por parte dos autores”.
Entre 2019 e 2022, um grande número de armas de fogo entrou em circulação no país. Esse aumento impacta diretamente o trabalho das instituições de segurança nos estados, que ficam com recursos mais estressados.
“Em 2021 e 2022, enviamos para os 27 estados e para o Distrito Federal pedidos via Lei de Acesso à Informação com um total de 26 perguntas. As informações foram solicitadas aos três órgãos responsáveis por responder e investigar ocorrências envolvendo armas de fogo, efetuar apreensões e investigar a origem das armas: a Polícia Militar, a Polícia Civil e o Departamento de Polícia Técnico-Científica”, informa o Igarapé.