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Juros futuros caem pela terceira vez com possíveis reformas e possível corte na Selic

Os juros futuros começaram julho dando sequência ao rali que marcou o mercado no fim de junho, com taxas em queda pela terceira sessão consecutiva.


O otimismo com o cenário de preços e das projeções futuras somou-se à confiança na evolução das pautas econômicas que estão na Câmara, e que devem ser discutidas nesta semana, para renovar o fôlego dos vendidos.


Como resultado, a aposta que o Copom começará o ciclo de distensão monetária na próxima reunião, em agosto, aplicando uma queda de 50 pontos-base (0,5 ponto percentual) se consolidou hoje como majoritária na curva. E, mais do que isso, cresceram as expectativas de que a taxa básica estará abaixo de 9% ao fim do processo.


A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,775%, de 12,846% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2025, em 10,62%, de 10,76%.


A do DI para janeiro de 2027 caiu de 10,14% para 9,96% e a do DI para janeiro de 2029 encerrou em 10,33%, de 10,46%. É sintomático que alguns vértices, como o DI para janeiro de 2027, tenham encerrado já com a taxa em um dígito.


Nessas três últimas sessões de queda, vencimentos como janeiro de 2025 e janeiro de 2027 devolveram entre 30 e 40 pontos-base, muito em função da decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de manter a meta de inflação em 3% e da opção do governo por alterar o sistema de apuração, de ano-calendário para horizonte contínuo.


Mesmo que bastante antecipado, esse desfecho do CMN tem reverberado sobre os ativos desde a última quinta-feira e respaldado melhora importante nas expectativas de inflação, especialmente as de longo prazo, e de Selic.


No Boletim Focus de hoje, a mediana para o IPCA 2023 caiu abaixo de 5% (4,98%) e a para 2024 cedeu de 3,98% para 3,92%. As de 2025 e de 2026 derreteram em torno de 20 pontos-base.


A de 2025, que nos modelos do Banco Central está em 3,1%, no Focus recuou a 3,60%, de 3,80%. A de 2026 foi de 3,72% para 3,50%. Quanto à Selic, a mediana para o fim de 2023 caiu de 12,25% para 12,00% e a de 2024 permaneceu em 9,50%.


O estrategista de renda fixa da BGC Liquidez, Daniel Leal, afirma que o mercado está começando a apostar em um corte mais acelerado da Selic pelo Banco Central. “O otimismo foi desencadeado pelo CMN com a manutenção da meta, Focus, e também a possível agenda de votação da semana, em especial, reforma tributária”, disse.


Na curva, a precificação apontava nesta tarde 70% de probabilidade de redução da taxa básica, hoje em 13,75%, em 50 pontos-base, de 60% de chance vista na sexta-feira. Já a probabilidade de queda de 25 pontos caiu de 40% para 30%. Para o fim de 2023, a curva projetava Selic de 11,50% e para o fim de 2024, entre 8,75% e 9%.


“Dos emergentes, Brasil ainda é considerado atrativo, não somente pela escala do seu mercado, mas também comparativamente a outras economias emergentes: Turquia, Rússia e África do Sul seguem com ruídos políticos e de intervenção”, lembrou o economista-chefe e sócio da JF Trust, Eduardo Velho.


Ainda, o otimismo do mercado é apoiado pela percepção positiva sobre o andamento das reformas na Câmara, especialmente a reforma tributária, uma vez que a aprovação do arcabouço já estaria em boa medida precificada. A avaliação é de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, saiu fortalecido da reunião do CMN ante as pressões heterodoxas da área política pela mudança de meta. Esse “empoderamento” e visto como importante nas negociações com o Legislativo.


A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que a expectativa é votar o texto da reforma tributária até sexta-feira na Câmara. Porém, o governo terá de enfrentar a resistência de governadores a uma série de pontos, com destaque para as críticas dos Estados do Sul e do Sudeste.


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