Ao anunciar a suspensão do acordo de grãos com a Ucrânia, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse nesta segunda-feira (17) que o governo russo estava removendo as garantias de navegação segura no Mar Negro.
“Isso significa a retirada das garantias para a segurança da navegação, a redução do corredor humanitário marítimo, a restauração do regime de uma área temporariamente perigosa no noroeste do Mar Negro e a dissolução do Centro de Coordenação Conjunta em Istambul. Sem a participação da Rússia, a iniciativa do Mar Negro deixa de funcionar a partir de 18 de julho”, diz um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.
O Ministério das Relações Exteriores disse que o governo russo se opõe à extensão do acordo e informou oficialmente os lados turco e ucraniano da decisão na segunda-feira, acrescentando que o secretariado da ONU também foi notificado.
“Ao contrário dos objetivos humanitários declarados, a exportação de alimentos ucranianos foi quase imediatamente transferida para uma base puramente comercial e até o último momento visava servir aos interesses estritamente egoístas” de Kiev e do Ocidente, dizia o comunicado.
O ministério também enfatizou que o Memorando Rússia-ONU não funcionou como planejado. “Somos forçados a afirmar que nenhuma das cinco tarefas sistêmicas previstas pelo Memorando Rússia-ONU foi cumprida”, diz o comunicado.
De acordo com o ministério, a Rússia estaria pronta para considerar a restauração do “acordo” apenas se o Ocidente cumprir suas obrigações e realmente retirar fertilizantes e alimentos russos das sanções.
Um funcionário das Nações Unidas confirmou à CNN que o escritório da ONU em Istambul, na Turquia, recebeu uma notificação por escrito da Rússia de que está encerrando a participação no acordo de grãos com a Ucrânia.
“O secretário-geral não interromperá seus esforços para facilitar o acesso desimpedido aos mercados globais de produtos alimentícios e fertilizantes da Ucrânia e da Federação Russa para preservar a segurança alimentar global”, disse o funcionário da ONU.