Segundo o relatório do PNDU, apenas 15,5% dos brasileiros não têm preconceito contra mulheres. Em 2012, esse número era de 10,2%, um avanço de apenas cinco pontos percentuais. O Brasil apresentou resultados semelhante a países como a Guatemala, Bielorússia, Romênia, Eslováquia, Trinidad, Tobago, México e Chile.
No cenário mundial, segundo o relatório, hoje, mais de um quarto da população mundial acredita que é justificável um homem bater em sua esposa.
Cerca de 87% das mulheres e 90% dos homens de todo o mundo, apresentaram pelo menos um preconceito de gênero nas dimensões analisadas, que para os pesquisadores são áreas consideradas fundamentais para defender os direitos das mulheres e garantir igualdade social e econômica.
A pesquisa revelou que, no mundo, quase metade das pessoas acreditam que os homens são melhores líderes políticos do que as mulheres. Além disso, mais de 2 em cada 5 pessoas concordam que os homens são melhores executivos de negócios do que as mulheres.
Em média, a percentagem de mulheres como chefes de Estado ou de governo tem permanecido em torno de 10% desde 1995. No mercado de trabalho as mulheres ocupam menos de um terço dos cargos de chefia.
Especialistas do PNDU concluíram que apesar das campanhas globais pelos direitos das mulheres nos últimos anos, como por exemplo #MeToo, #NiUna Menos, #TimesUp e #UnVioladorEnTuCamino, o número de pessoas que têm preconceito contra as mulheres quase não diminuiu na última década. E como caminho para melhorar os índices recomendam as seguintes ações:
Fortalecimento dos sistemas de proteção e assistência social que atingem as mulheres
Promoção da inclusão financeira para geração de renda a longo prazo
Combate a desinformação de gênero e também ao discurso de ódio e violência
Investimento em leis e medidas políticas que promovam a igualdade das mulheres na política para construir Estados sensíveis às questões de gênero
Índice de Normas Sociais de Gênero
O PNUD utiliza a base de dados do World Values Survey (WVS) para calcular os índices de normas sociais de gênero, feito para captar crenças sobre igualdade de gênero em capacidades e direitos. No Brasil, 1762 pessoas participaram da pesquisa. Essa é a mesma média de amostragem das pesquisas nacionais feitas por Datafolha e Ipec, por exemplo.
World Values Survey, é uma pesquisa realizada desde 1981 por estudiosos de todo o mundo. O objetivo é ver como os países pensam sobre diferentes temas, como por exemplo, qualidade de vida, meio ambiente, ciência e tecnologia, política, economia, tolerância, trabalho, religião e dados demográficos e outros assuntos.