Fraudes na Americanas somam R$ 40 bilhões e envolvem contratos de publicidade; entenda

As fraudes encontradas nas demonstrações financeiras da Americanas e informadas pela companhia nesta terça-feira (13), somam mais de R$ 40 bilhões em números preliminares e não auditados.


O valor considera também operações de crédito e financiamento contabilizados de forma inadequada no balanço da varejista. A empresa está em recuperação judicial, após encontrar o rombo contábil no início deste ano.


Segundo a empresa, as fraudes nas demonstrações financeiras se davam por meio da chamada Verba de Propaganda Cooperada (VPC) — uma quantia negociada entre a indústria e o varejo e que serve, entre outras coisas, para cobrir eventuais custos com publicidade e propaganda. (entenda mais abaixo)


Além disso, de acordo com a Americanas, também foram encontradas operações de crédito e financiamentos feitos pela companhia junto a instituições financeiras e fornecedores que não foram contabilizados de forma adequada.


Nesta reportagem, você vai entender:


Quais foram as fraudes identificadas no balanço da Americanas;


Quem estava envolvido nas fraudes da empresa;


Os próximos passos da companhia.


 


Quais foram as fraudes?

 


Segundo comunicado divulgado pela companhia nesta terça-feira (13), as fraudes das demonstrações financeiras se davam predominantemente por meio dos contratos de Verba de Propaganda Cooperada (VPC).


Esses contratos normalmente são firmados entre a indústria e o varejo — ou seja, são pagos pelos fornecedores aos revendedores ou empresas atacadistas e varejistas — e, além de serem usadas para cobrir eventuais custos com publicidade e propaganda, também servem para impulsionar as vendas de determinados produtos.


Nesses acordos, os varejistas e revendedores estipulam um preço fechado para esse tipo de contrato, no qual podem negociar um planejamento de marketing e detalhes sobre a apresentação do produto do fabricante nas lojas — como prateleiras e gôndolas com espaços privilegiados e anúncios específicos nos corredores, por exemplo.


No caso da Americanas, no entanto, esses contratos teriam sido criados artificialmente, sem a contratação por parte de fornecedores, e lançados no balanço de maneira a melhorar os resultados operacionais da companhia.


“Esses lançamentos, feitos durante um significativo período, atingiram, em números preliminares e não auditados, o saldo de R$ 21,7 bilhões em 30 de setembro de 2022”, informou a Americanas em comunicado.


 


Ainda segundo a empresa, uma série de financiamentos ainda foram contratados e contabilizados de forma inadequada no balanço, sendo eles (também em números preliminares e não auditados):


R$ 18,4 bilhões em operações de risco sacado, forfait ou confirming (entenda os termos aqui);


R$ 2,2 bilhões em operações de financiamento de capital de giro.


 


“A indevida contabilização dessas operações de financiamento nos demonstrativos financeiros da Americanas não permitiu a correta determinação do grau de endividamento da Companhia ao longo do tempo”, disse a companhia em comunicado.


Por fim, a Americanas ainda informou que foram identificados lançamentos inadequados oriundos de juros sobre operações financeiras. Esses lançamentos deveriam ter transitado pelo resultado da companhia ao longo do tempo e somaram R$ 3,6 bilhões em 30 de setembro de 2022.


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