O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua equipe avaliam duas novas viagens internacionais nas próximas semanas, à França e ao Vaticano. O petista deve participar de um encontro que discutirá medidas de financiamento para ações climáticas, em Paris.
A “Cúpula por um novo pacto financeiro mundial” acontecerá nos 22 e 23 de junho e foi proposta pelo presidente francês, Emmanuel Macron.
No ano passado, na condição de presidente eleito, Lula participou da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 27), no Egito, e propôs uma “nova governança global” sobre temas como proteção do meio ambiente, desenvolvimento sustentável e ajuda aos países mais pobres.
“Juntos, trabalharemos contra a destruição de nossas florestas, buscando mecanismos de financiamento sustentável, para deter o avanço do aquecimento global”, disse Lula na ocasião.
O presidente também tem cobrado dos países ricos que cumpram o Acordo de Paris, assinado em 2015. Na ocasião, os países se comprometeram a mobilizar US$ 100 bilhões anualmente para enfrentar as mudanças climáticas.
Além da participação da na cúpula, Lula deve se reunir com Emmanuel Macron. Os dois são aliados políticos e já se encontraram em outras ocasiões.
Encontro com o Papa
A expectativa entre integrantes da diplomacia brasileira é que Lula aproveite a viagem a Paris para também ir a Roma (Itália) e se encontrar com o Papa Francisco no Vaticano.
A reunião ainda não está confirmada oficialmente. O g1 apurou que depende, por exemplo, da agenda de Francisco.
Lula e o Papa se falaram por telefone na última quarta-feira (31). Segundo o Palácio do Planalto, na conversa, Lula convidou Francisco a visitar o Brasil, e o líder da Igreja Católica “ficou de analisar a possibilidade da visita”.
Em dezembro de 2020, os dois se encontraram no Vaticano. Na ocasião, o Instituto Lula informou que a conversa girou em temas como fome, desigualdade social e intolerância.
Agenda internacional
Desde que tomou posse, em 1º de janeiro, o presidente Lula tem dedicado boa parte da agenda a encontros com líderes internacionais, seja em Brasília ou em viagens ao exterior.
No discurso de posse, no Congresso Nacional, Lula afirmou que buscaria adotar medidas para que o Brasil se tornasse protagonista no cenário internacional.
Segundo o presidente, seriam adotadas medidas para retomar a integração entre países da América do Sul, “reconstruir diálogo altivo e ativo” com países de todos os demais continentes e “fortalecer” mecanismos multilaterais como o Brics (que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) e a União das Nações Sul-Americanas (Unasul).
Desde a posse, Lula, por exemplo:
esteve no Japão em maio para a cúpula do G7;
viajou para a Inglaterra também em maio para a coroação do rei Charles III e para um encontro com o primeiro-ministro, Rishi Sunak;
foi a Portugal em abril para encontro com presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e com o primeiro-ministro do país, António Costa.;
viajou para a China também em abril para encontro com o presidente Xi Jiping;
cumpriu agenda nos Estados Unidos em fevereiro para se reunir com o presidente Joe Biden,
se reuniu em janeiro, em Buenos Aires, com o presidente Alberto Fernández.
No Brasil, Lula também já recebeu, por exemplo:
– a cúpula de presidentes de países da América do Sul;
– o presidente da Finlândia, Sauli Niinistö (o país faz divisa com a Rússia);
– o presidente da Romênia, Klaus Werner Iohannis (o país faz fronteira com a Ucrânia),
– o presidente da Argentina, Alberto Fernández;
– o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz.
– o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte.
Oposição critica
Em entrevista nesta sexta (2), o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), criticou as agendas internacionais de Lula.
Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que Lula está “mais preocupado” com questões externas que em resolver os problemas do país.
“Eu acho que o presidente da República daqui está muito mais preocupado em ganhar o prêmio Nobel da Paz e mediar a guerra da Rússia com a Ucrânia em vez de resolver os problemas que são encontrados aqui do Brasil, ligados à questão do desenvolvimento econômico”, afirmou Marinho.