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Sem velas ou flores, mas com luzes de led, Rita Lee é velada nesta quarta (10) em SP

Com luzes de led no lugar das tradicionais velas, o corpo da cantora Rita Lee, considerada a rainha do rock brasileiro, é velado nesta quarta-feira (10) no planetário do Parque Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo, até as 17h.


A cerimônia é aberta ao público e seguirá diretrizes deixadas pela artista, que em seguida será cremada.


Diferentemente dos velórios tradicionais, a cerimônia também não terá flores. Elas e as velas foram substituídas por castiçais com luzes de led, a pedido da família. Além disso, o projetor do planetário deverá ficar ligado a todo momento. 


O local da cerimônia foi escolhido pela relação que Rita Lee tinha com o Planetário, o  tendo visitado semanalmente em uma época de sua vida. Ela será a primeira a ser velada no lugar.


Depois das 17h, haverá uma segunda cerimônia, reservada apenas à família e aos amigos. Em seguida, o corpo será encaminhado a um crematório em São Paulo.


Rita Lee morreu aos 75 anos de idade na última segunda-feira (8), em casa, na capital paulista, em decorrência de um tratamento contra um câncer de pulmão.


Luto oficial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou a morte da artista e decretou luto oficial no Brasil por três dias.


“Rita Lee Jones é um dos maiores e mais geniais nomes da música brasileira. Cantora, compositora, atriz e multi-instrumentista. Uma artista a frente do seu tempo. Julgava inapropriado o título de rainha do rock, mas o apelido faz jus a sua trajetória”, disse o presidente em um tweet. “Rita, agora falta você”.


O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) também decretou luto oficial de três dias.


No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes (PSD) anunciou que irá batizar uma praça no município com o nome da cantora.


Um dos maiores nomes da música brasileira

Maior cantora da história do rock brasileiro e um dos nomes fundamentais da música nacional em qualquer época, Rita Lee se destacou como uma compositora de mão-cheia.


Desde o seu surgimento, com os Mutantes, passando pelo Tutti-Frutti e por sua carreira solo, a cantora acumulou dezenas de sucessos do Rock e da MPB. Ela deixa um legado inestimável para toda a cultura brasileira.


Repercussão internacional

Ícone da música, Rita teve sua morte repercutida na imprensa do mundo inteiro. The Washington Post, o Clarin, Le Parisien, Independent, BBC News foram alguns dos veículos de comunicação que noticiaram a morte da artista.


Rita falou sobre a própria morte em autobiografia

Conhecida por não ter papas na língua, Rita sempre tinha uma declaração polêmica para fazer. Nem mesmo sua própria morte escapou de sua fina ironia.


Em “Rita Lee, uma Autobiografia”, ela imaginou de forma bem-humorada como seriam os momentos após a sua partida.


“Quando eu morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta. Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá, colegas dirão que farei falta no mundo da música, quem sabe até deem meu nome para uma rua sem saída”, escreveu.


“Os fãs, esses sinceros, empunharão capas dos meus discos e entoarão ‘Ovelha Negra’. As TVs já devem ter na manga um resumo da minha trajetória para exibir no telejornal do dia e uma notinha no obituário de algumas revistas há de sair. Nas redes virtuais, alguns dirão: ‘Ué, pensei que a véia já tivesse morrido, kkk’. Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles, e me levantaria do caixão para vaiá-los”.


A cantora ainda sugeriu seu epitáfio na autobiografia: “Ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa”.


“Não me levem a sério”

Na era do digital, Rita não deixou de ser icônica e destilou humor ácido também na internet, marcando as redes sociais com suas publicações sinceras e desbocadas. Presente no Twitter, por exemplo, desde 2010, a cantora mostrou sua língua afiada.


Em um dos tweets escreveu: “Já disse e repito: não me levem a sério, sou falsa, manipuladora, mentirosa e filha da put*. Escrevo o que vem na cabeça, só futilidades”.


Em outro texto, não perdeu o humor: “Não tenho preconceitos, eu odeio todo mundo igualmente”.


 


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