Em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante , afirmou ter recebido, no passado, uma proposta da empresa Gillette para que raspasse seu bigode em uma ação publicitária.
O petista disse que a companhia ofereceu R$ 500 mil para que ele tirasse o bigode –que é sua marca pessoal na política. Mercadante acrescentou, porém, que disse à empresa que “jamais tiraria o bigode por dinheiro”.
O presidente do BNDES disse também que seu característico bigode representa para ele uma forma de manter sua personalidade e dizer que “tem princípios que a gente não negocia e não muda”.
“Tem que ter coerência na vida e tem que ter compromisso. [O bigode] é uma forma de dizer o seguinte: eu passei por muitas funções, mudei muito visualmente e, algumas coisas, eu não entrego, serei o que eu sou”, explicou o ex-senador e ex-ministro.
O político disse ao jornal que até poderia tirar o bigode, mas não por dinheiro. Segundo ele, seria como despir-se de sua própria identidade: “Um guaraná jamais vai ser uma coca”.
Filiado ao Partido dos Trabalhadores, Mercadante é professor, acadêmico e economista. Antes de comandar o banco de desenvolvimento, ele já exerceu cargos no Executivo como o comando do Ministério da Educação; da Casa Civil; do Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação – todos esses no governo Dilma Rousseff (PT).
Ele também já foi senador e deputado por São Paulo.
O que diz a Gillette
Procurada pela CNN , a Gillette confirmou que fez contato com Mercadante “há mais de dez anos”. A marca disse que se tratou de uma “conversa informal” e que a tratativa “não evoluiu”.
“Atualmente, Gillette transformou o seu posicionamento e adotou uma comunicação diferente do que vinha sendo feita, mais voltada à inclusão, que hoje abraça uma diversidade cada vez maior de homens”, diz a empresa.
A Gillette não confirmou o valor citado por Mercadante.