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Mãe e filho de lados opostos: o que está em jogo na briga pela herança de Gugu Liberato

Um aumento nas buscas relacionadas à vida pessoal de Gugu Liberato foi percebida no Google desde que a herança do apresentador, morto em 2019 nos Estados Unidos, voltou a ser discutida na 9ª Vara de Família e Sucessões do foro Central de São Paulo nesta semana.


A família dividida, as intimidades expostas, as audiências adiadas, as manifestações nas redes sociais de envolvidos, as especulações do público, e o fato de o processo estar sob segredo de Justiça, marcam o caso.


De um lado, Rose Miriam tenta provar união estável com o apresentador. Ela era apresentada por Gugu como “minha família” e é apoiada pelas duas filhas, Sofia e Marina.


Do outro lado, estão João Augusto, filho mais velho de Rose e Gugu, a irmã de Gugu, Aparecida Liberato, e os sobrinhos, que querem seguir o testamento deixado pelo apresentador.


Feito em 2011, o testamento não incluiu Rose e distribuiu a herança, avaliada em R$ 1 bilhão, da seguinte forma:


75% para os três filhos


25% para os cinco sobrinhos


Pensão vitalícia para a mãe do apresentador, Maria do Céu Moraes, 90 anos, de R$ 163 mil


Rose não aparece no testamento e, segundo “O Globo”, só assinou documento abrindo mão da herança porque estava sob efeito de remédios, com um “quadro delirante”.


O que Rose cobra na Justiça?


Gugu repassava em vida US$ 10 mil mensais para que Rose Miriam cobrisse despesas pessoais e da casa da família em Orlando, nos Estados Unidos. Em 2021, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que o valor deveria ser mantido e pago pelo espólio do apresentador.


Rose alega que a quantia não foi paga de maneira correta e cobra os valores. Ela também pede que a Justiça reconheça sua união estável com Gugu ao longo dos 20 anos em que viveram juntos.


O que muda caso a união estável seja reconhecida?


Caso fique comprovada a relação estável de Rose com o apresentador, ela terá direito a metade da herança. Os outros 50% ficariam com os três filhos. Os cinco sobrinhos citados no testamento deixado por Gugu deixariam de ter direito ao patrimônio.


Quem representa cada parte ?


Rose Miriam e as filhas Marina e Sofia são representadas pelo advogado Nelson Wilians, enquanto a irmã do apresentador, Aparecida Liberato, e o filho João Augusto são representados pelo advogado Dilermando Cigagna.


Procurado, Cigagna disse que não comenta o caso. Wilians comentou brevemente que “as gêmeas Marina e Sofia sempre estiveram ao lado da mãe na busca dela pelo reconhecimento de união estável na Justiça”.


Quando haverá uma definição?


Ainda não se sabe. A Justiça adiou dois dias de audiências previstas para terça (23) e quarta-feira (24), depois de ouvir as gêmeas na segunda (22). O juiz da 9ª Vara de Família e Sucessões do foro Central, que analisa o pedido de união estável, remarcou as sessões para junho sob alegação de que a medida foi tomada para que todas as testemunhas sejam ouvidas.


Há outros envolvidos na disputa?


Após a morte, o chefe de cozinha Thiago Salvático alegou ter se relacionado com Gugu e que os dois eram companheiros. A mesma 9ª Vara da Família e Sucessões da Justiça de São Paulo considerou que os dois eram amigos e julgou o caso como extinto “sem exame de mérito”. Cabe recurso.


Resumo do caso:


Gugu morreu em 2019 após um acidente doméstico na casa da família, em Orlando (EUA).


No testamento, assinado em 2011, Gugu não reconheceu Rose Miriam como companheira em união estável.


O patrimônio deixado pelo apresentador é avaliado em R$ 1 bilhão, sendo que 75% seria destinado aos filhos e o restante, 25%, aos cinco sobrinhos.


Gugu nomeou a própria irmã, Aparecida Liberato, como responsável por cuidar de seu espólio;


Miriam entrou numa disputa judicial pela herança.


Enquanto as filhas saíram em defesa da mãe, o filho defende o testamento deixado pelo pai.


Gugu repassava, em vida, US$ 10 mil mensais para que Rose Miriam cobrisse despesas pessoais dela e da casa da família em Orlando, nos Estados Unidos.


Em 2021, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que o valor deveria ser mantido e pago pelo espólio do apresentador, mas Rose questiona o pagamento.


A semana dos Liberato


Na segunda-feira (22), as filhas gêmeas de Gugu, Marina e Sofia, participaram da primeira audiência e se posicionaram a favor da mãe. Elas moram nos Estados Unidos e desembarcaram em São Paulo na sexta-feira (19) passada. Após as primeiras oitivas, Marina publicou uma foto nos Stories visitando os estúdios da GGP Produções, fundados em 1999 pelo apresentador e empresário. “Muito bom voltar a esse lugar que nosso pai construiu com tanto carinho e que ele tanto gostava. Amei e pretendo voltar muitas vezes”, escreveu no seu perfil.


Presente na audiência, João Augusto Liberado negou que ficou em silêncio em depoimento à Justiça de forma proposital. “Não é verdade que preferi ficar calado durante a audiência, não me manifestei porque não era o momento de me ouvir”, escreveu no seu perfil no Instagram após meses afastado da rede social.


O que aconteceu depois foi uma sequência de informações desencontradas. Perguntas direcionadas à Rose pela defesa de Aparecida Liberato, irmã de Gugu, começaram a circular sem confirmação de nenhum dos lados.


O g1 confirmou que Dilermando Cigagna, advogado que defende os interesses de Aparecida e João, perguntou à Rose detalhes da sua vida íntima com Gugu. A pergunta foi reprovada pelo juiz do caso, José Walter Chacon Cardoso.


“Não é impertinente, mas é constrangedor. Porque eu não sei quando o meu pai…” diz uma voz que é interrompida por outra: “Posso responder? Eu quero!”


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