Estagiário que vazou informações da Operação Tricoat é preso pela PF

O estagiário da Vara de Delitos de Organizações Criminosas da Comarca de Rio Branco, Romário Monteiro Santana, suspeito de envolvimento no vazamento de informações privilegiadas da Operação Tricoat, da Polícia Federal, foi preso nesta quinta-feira, 11, após ser alvo de mandados judiciais de prisão e busca e apreensão.


Romário foi apontado pelo advogado Thalles Damasceno Magalhães de Souza, preso na terceira fase da Operação Tricoat, como o responsável por lhe repassar documentos relacionados ao inquérito que apura a atuação de uma organização criminosa suspeita de tráfico interestadual de drogas.


Conforme o depoimento que o advogado prestou após ser preso, o estagiário repassou a ele, por meio do WhatsApp, detalhes da investigação que tinha como um dos alvos principais o empresário Eliezer de Souza Brito, preso na segunda fase da Operação Tricoat.


Eliezer é tido pela PF como o coordenador do núcleo que lavava o dinheiro proveniente das transações da quadrilha que atuava nos estados do Acre, Amazonas, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Maranhão, Pará e Piauí. Para esse fim, ele usava uma mercearia de sua propriedade, localizada em Rio Branco.


A investigação mostra que Thalles pediu R$ 150 mil para manter Eliezer informado do andamento das investigações e que o valor seria rateado com Romário. O estagiário teria, inclusive, informado da mudança da data inicialmente prevista para que a PF colocasse em prática a operação que prendeu o empresário.


Após sua prisão, nesta quinta-feira, Romário, que já havia sido afastado das funções de estagiário na Vara de Delitos de Organizações Criminosas, foi levado para o Comando do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), onde Thalles já estava. O advogado teve que ser remanejado de local para não ter contato com o comparsa.


Segundo a Polícia Federal, as investigações contra o grupo criminoso foram iniciadas há mais de um ano, em janeiro de 2022, quando foi constatado um esquema profissional responsável pelo envio de drogas para vários estados do Brasil, principalmente, para a região Nordeste, por via terrestre.


Os investigados movimentaram mais de R$ 37 milhões em suas contas bancárias durante o período apurado. Os envolvidos serão indiciados por integrar associação criminosa para o tráfico de drogas, por lavagem de dinheiro e por tráfico interestadual de drogas. As penas somadas podem chegar até 33 anos de prisão.


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