Empresários dos Estados do Acre e de Rondônia participaram nesta segunda-feira, 8, de um encontro empresarial na Embaixada do Brasil em Lima, na capital do Peru, com o objetivo de prospectar negócios com o país vizinho. Promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), a reunião marcou a retomada de rodadas de negócios entre empresários brasileiros e peruanos que estava suspensa nos últimos anos por causa da pandemia de covid-19.
No encontro foi exposto que a Indústria Dom Porquito, localizada em Brasiléia, começou a exportar a carne suína para o mercado peruano com as primeiras carretas entrando atravessando a fronteira no mês de abril. O ato é visto como um marco nas relações bilaterais entre os dois países deverá contar também com a entrada da Frisacre (Frigonosso) que deverá exportar carne bovina para o Peru e também para a China.
“É um projeto que tem muitos anos e que agora entra nos mercados realizando esse sonho antigo”, disse Jorge Viana na abertura do encontro empresarial ao revelar que um convênio será assinado com o governo peruano para facilitar a exportação entre os dois países.
“Também está aqui o representante da Federação da Indústria de Rondônia, do Amazônia 21. Eles vieram também, então, esse trabalho aqui é Acre-Rondônia com o Peru. Acho que retomando isso, a partir de agora, resolver os problemas na fronteira, que é muito lento, passa período fechado. Trabalhar para ter transporte aéreo e o presidente Lula, que ajudou a construir a estrada, vai ser um aliado nesse processo de retomada dessa relação, da construção de um fluxo melhor de exportação e importação nas áreas de fronteira. E eu como presidente da Apex, estive com o PromPeru, que é a Apex de lá. E vai ser assinado um convênio com eles, para a gente criar um exporta-fácil. Onde na área de fronteira, você possa exportar produtos Peruanos com mais facilidades, para o Acre, Rondônia ou Amazônia, e os nossos também poderem chegar com mais facilidades. Só dá para fazer isso porque já tem a estrada feita, porque no passado nós tivemos dezenas de missões e acho que agora, retoma”, disse.
Viana afirmou que todos os governadores de algum jeito ajudaram nessa consolidação da integração entre Brasil e Peru pelo Acre. “É um projeto que todo mundo deu uma parcela de contribuição e eu acho que é fundamental para a gente trabalhar. Eu mesmo, na Apex já falei, vamos ver se a gente consegue trabalhando junto com o governo do Acre, ver se põe para funcionar as ZPE, achar uma solução para o Peixes da Amazônia e ampliar essa carteira de exportação do Acre, porque a economia do Acre está sofrendo muito e um estado que está na fronteira tem que saber usar o fato e a vantagem de estar em um lugar de fronteira, seja para importar ou exportar produtos”, ressaltou.
Para o presidente da Associação Comercial do Acre, Marcelo Moura, a potencialidade do Estado para ser a principal interligação com o Peru, principalmente com a inauguração do Porto de Chancay para o final de 2024, ligando Lima à Ásia, é vista com bons olhos pelos empresários locais. “Os portos que tem hoje em Lima, eles não confortam os maiores navios cargueiros, então esse Porto de Chancay traz essa possibilidade, de receber esses grandes transatlânticos. E aí sim tem essa redução enorme do custo de transporte marítimo. Se você tiver ideia, hoje para receber por Santos ou Oceano Atlântico, a média de rota marítima é de 41 dias para a China. Por esse novo porto, será de 25 dias. O Acre se insere nessa rota, que a gente tá chamando aqui de Corredor Interoceânico, que leva a produção de alimentos, proteína animal e vegetal do Brasil para a China e Ásia e trás os insumos produzidos lá, para cá e toda a América do Sul. Então a gente está chamando isso de nova rota da Seda e a gente está aqui para inserir o Acre nesse processo todo”, defendeu o empresário.
No encontro, os empresários entendem que o Acre deve se tornar a porta de entrada do Brasil e ajudará a escoar a produção do Mato Grosso, Rondônia e da própria economia local.
Nesta terça-feira, 9, Jorge Viana e os empresários acreanos estarão novamente na embaixada do Brasil em Lima para debater a questão aduaneira de Assis Brasil. “A estrutura que não têm recebido ou passado por um serviço de qualidade, não funciona 24 horas, falta funcionário, então a gente vai tratar desse primeiro empecilho e a partir daqui, fazer um grande estudo e dar os próximos passos para inserir o Acre nesta rota bilateral”, disse o presidente da Acisa.