O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), deve fazer a leitura do requerimento para instalação da CPI das Apostas na próxima terça-feira, 16. A informação foi confirmada ao site da Jovem Pan pela assessoria do deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE), líder do PSB na Câmara e autor do requerimento para criação do Comissão Parlamentar de Inquérito. Ele defende que as casas de apostas, árbitros e a própria Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sejam ouvidos. “Nesta semana veio à tona o que estamos prevendo há algum tempo, o afastamento de jogadores da Série A suspeitos de envolvimento com esse esquema. O futebol é uma paixão nacional, é um patrimônio do povo brasileiro. Precisamos investigar a fundo e punir todos os envolvidos”, escreveu o parlamentar no Twitter. Segundo o cronograma, com a leitura do requerimento feita por Lira, o início dos trabalhos está previsto para acontecer já na quarta-feira, 17. Felipe Carreras é o principal cotado para relatar o inquérito parlamentar sobre o tema.
A abertura da CPI das Apostas ocorre após o avanço da Operação Penalidade Máxima, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás. As investigações, conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-GO, indicam que os apostadores cooptava jogadores para combinar ações em campo e faturar com palpites em sites especializados. Em um dos casos, um dos investigados combinou com um atleta para que este cometesse uma falta e tomasse um cartão amarelo. Após a combinação, o apostador aplicava o dinheiro em um site de aposta com o palpite de que o jogador corrompido seria advertido com um cartão amarelo. Com a concretização do evento combinado, o apostador multiplicava o dinheiro aplicado e repassava parte dos lucros para os atletas. Como o site da Jovem Pan mostrou, até o momento, Santos, Fluminense, Cruzeiro e América-MG afastaram jogadores suspeitos de participar do esquema de manipulação de jogos. Nesta sexta, o Athletico-PR demitiu dois jogadores por suspeita em escândalo de manipulação de jogos. Afastados por suspeita de envolvimento no escândalo de manipulação de jogos, Pedrinho e Bryan Garcia estão na mira do Ministério Público – ambos, entretanto, ainda não são réus.
Por enquanto, a Justiça de Goiás já tornou 16 pessoas réus. Há a expectativa que mais atletas entrem na mira no MPGO. A ação investiga uma possível manipulação de resultados em 13 partidas de futebol: 8 do Campeonato Brasileiro da Série A de 2022, 1 da Série B de 2022 e 4 de campeonatos estaduais realizados em 2023. Os casos investigados envolvem apostas por lances específicos, como cartões amarelos e vermelhos, além de pênaltis. Nesta sexta-feira, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu que os jogadores condenados no esquema de apostas poderão sofrer punições duras na esfera esportiva. O órgão projeta suspensão de até dois anos, multa de R$ 100 mil e até o banimento nas competições esportivas. Na última quarta-feira, 17, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), determinou abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) para investigar a existência de uma possível organização que manipulava resultados esportivos. Segundo o chefe da pasta ministerial, a medida se baseia nos indícios de adulteração em competições de futebol que recentemente tiveram “repercussão interestadual e até internacional”.
Fonte: Jovem Pan News