O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse neste sábado (20) que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deseja se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para falar sobre a guerra da Ucrânia durante a cúpula do G7, em Hiroshima, no Japão.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também propôs a Lula uma reunião bilateral durante a cúpula dos líderes no Japão.
A agenda de Lula divulgada pelo governo brasileiro para o domingo (21), último dia de atividades do encontro, não prevê a reunião com o presidente americano.
Além de Lula, Sullivan afirmou que Biden também deseja conversar com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, sobre o mesmo assunto. Modi se reuniu com Zelesnky neste sábado. O presidente ucraniano pediu que o governo indiano deixe a posição de neutralidade e reconheça a violação do território da Ucrânia pela Rússia.
Neste sábado (20), Lula se reuniu com o presidente da França, Emmanuel Macron, e com o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz.
Com Macron, Lula discutiu o conflito armado entre Rússia e Ucrânia, além da preservação da Amazônia, da qual a França faz parte com o território ultramarino da Guiana Francesa, e a guerra da Ucrânia.
“Reencontro com o presidente da França, Emmanuel Macron, no G7. Falamos sobre a preservação da Amazônia e caminhos para a construção da paz na Ucrânia. Estamos retomando a amizade e parceria entre nossos países, podemos fazer muitas coisas juntos”, escreveu Lula em uma rede social.
Sem detalhar o conteúdo, o governo brasileiro afirmou em nota que os líderes falaram sobre defesa, além do conflito na Ucrânia. Além disso, segundo do governo, os dois presidentes discutiram temas como espaço, energia nuclear, desenvolvimento sustentável e aampliação de trocas na área da cultura.
Lula e Zelensky
A informação do convite de Zelensky foi confirmada pelo Itamaraty à TV Globo. Ainda não há, porém, confirmação da data do possível encontro.
Questionado neste sábado (20) sobre o possível encontro com Zelensky, o presidente Lula respondeu que não sabia se a reunião aconteceria.
O encontro também não está previsto na agenda divulgada pelo governo brasileiro.
Lula visitou Biden em fevereiro
Lula fez uma visita oficial aos Estados Unidos em fevereiro, pouco mais de um mês após assumir o terceiro mandato de presidente. Nos EUA, o petista se reuniu com o presidente norte-americano Joe Biden.
No encontro na Casa Branca, sede do governo dos EUA, os dois falaram sobre a necessidade de fortalecimento da democracia nos países e trataram de parcerias no meio ambiente para enfrentamento à crise climática.
Em uma rede social neste sábado, Lula fez comentários sobre a visita aos Estados Unidos: “Retorno ao Brasil depois de um ótimo encontro com o presidente Joe Biden, nos EUA. Estamos voltando a estabelecer parcerias importantes para o cuidado com nosso meio ambiente e na defesa da democracia. O Brasil está de volta ao debate mundial”.
Zelensky pede apoio
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu apoio ao país na guerra contra a Rússia durante reuniões no G7 com diversas autoridades neste sábado (20).
Em seu encontro com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, ele pediu que o país se posicione contra a invasão russa na Ucrânia. O país tem adotado uma postura de neutralidade em relação ao conflito, e se recusou a condenar a invasão russa.
“Falei sobre as necessidades da Ucrânia em desminagem e hospitais móveis. Agradeço à Índia por apoiar a integridade territorial e a soberania de nosso país, em particular nas plataformas de organizações internacionais, e por fornecer ajuda humanitária à Ucrânia”
Modi disse a Zelenskiy que estava disposto a ajudar e que, para ele, a guerra era uma “questão de humanidade e valores humanos.”
A guerra na Ucrânia está entre os principais pontos da reunião do G7, que reúne Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá. Outros países, como o Brasil, também foram convidados a participar do encontro.
Brasil no G7
Neste sábado, além de encontros bilaterais, Lula participou de duas sessões de trabalho da cúpula do G7.
Na primeira, denominado “Trabalhando Juntos para Enfrentar Múltiplas Crises”, o presidente criticou a formação de “blocos antagônicos” e defendeu a reforma no Conselho de Segurança da ONU.
O petista criticou o protecionismo dos países ricos e disse que há “enfraquecimento do sistema multilateral de comércio”.
“A Organização Mundial do Comércio permanece paralisada. Ninguém se recorda da Rodada do Desenvolvimento. Os desafios se acumularam e se agravaram. A cada ameaça que deixamos de enfrentar, geramos novas urgências”, afirmou.
Depois, Lula participou da reunião sobre “Esforços compartilhados em prol de um planeta sustentável”. O presidente cobrou ações e recursos de países mais poluidores e disse também que o Brasil quer liderar o processo preservação ambiental no mundo.
“Insistimos tanto que os países ricos cumpram a promessa de alocarem 100 bilhões de dólares ao ano à ação climática. Outros esforços serão bem-vindos, mas não substituem o que foi acordado na COP de Copenhague”, disse Lula.