Ator Bernardo Dugin denuncia padre por discurso homofóbico durante missa de 7º dia

Um padre de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, foi denunciado à polícia por homofobia após um discurso feito em uma missa de 7º dia.


Em um vídeo publicado na internet, o ator Bernardo Dugin explicou que o discurso homofóbico aconteceu durante a homilia, momento em que o sacerdote prega sobre temas específicos.


“Na hora da homilia, o padre disse ‘que o demônio tá entrando na casa das pessoas de diferentes formas para destruir as famílias, na representação da união de pessoas do mesmo sexo, homem com homem, mulher com mulher e etc’”, relatou Bernardo.


Após o discurso, o ator procurou a delegacia de Polícia Civil (151° DP) e denunciou o caso. “Não vou permitir que discursos de ódio, disfarçados de fé, atinjam a mim, a minha família e a toda uma comunidade. O demônio está na representação do ódio. E não do amor”, disse.


Em nota, a Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que um inquérito foi instaurado para apurar o crime de homofobia. E que o acusado prestará depoimento nos próximos dias.


CNN também ouviu o advogado de Bernardo Dugin, que explicou que, além do inquérito policial de racismo por equiparação, também acionou o Ministério Público para que seja aberta uma ação civil pública.


“O objetivo é apurar a conduta no âmbito da tutela coletiva, de modo a estudar a viabilidade de um ajuizamento pelo Ministério Público de uma ação civil pública contra o padre, para o pagamento de indenização por dano moral coletivo a ser revertido às instituições dedicadas causa LGBTI+”, explicou Caio Padilha.


A Diocese de Nova Friburgo divulgou uma nota sobre o ocorrido.


“A Diocese de Nova Friburgo, por meio de seu Bispo Bom Luiz Antonio Lopes Ricci, lamenta profundamente o ocorrido com o ator Bernardo Dugin, durante a Santa Missa de 30 de abril, na Capela do Colégio Nossa Senhora das Dores, em Nova Friburgo. Pedimos perdão às pessoas que se sentiram ofendidas e reafirmamos aquilo que é recorrente nas orientações do Bispo para os padres e leigos: misericórdia, respeito, diálogo, tolerância e reconciliação”.


Em novo comunicado, a Diocese de Nova Friburgo divulgou a posição do padre Antônio Carlos dos Santos, envolvido no episódio.


No texto, o padre afirma que suas palavras não tinham o intuito de ofender nenhuma classe ou pessoa e se desculpou pelas falas. Pe. Antônio Carlos também disse que seu papel é proclamar o mandamento da caridade, respeito, misericórdia e tolerância.


O Colégio Nossa Senhora das Dores, onde fica a capela que foi celebrada a missa, se pronunciou, também por meio de uma nota, destacando que segue o discurso do papa Francisco, sobre o verdadeiro evangelho de Jesus ser sobre amar e respeitar, sem distinção, todas as pessoas como irmãos. Afirmou ainda que o colégio respeita e acolhe às diferenças e recusa toda e qualquer forma de discriminação.


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