A Rússia disse que suas forças avançaram em Bakhmut, enquanto um importante comandante ucraniano afirmou que suas tropas estavam mantendo a linha de frente na cidade quase destruída em alguns dos combates mais sangrentos da guerra de 14 meses.
O Ministério da Defesa russo disse que suas forças garantiram dois quarteirões nos distritos ocidentais e que unidades aerotransportadas estavam fornecendo reforços ao norte e ao sul. A Rússia vê Bakhmut como um impulso para mais avanços no leste da Ucrânia.
O coronel-general ucraniano Oleksandr Syrskyi compartilhou imagens no aplicativo de mensagens Telegram dele examinando um mapa com outros três homens uniformizados, com a legenda “Linha de frente de Bakhmut. Nossa defesa continua”.
“Atingimos o inimigo, muitas vezes de forma inesperada, e continuamos a manter as linhas estratégicas”, escreveu ele. A reportagem não conseguiu verificar os relatos do campo de batalha.
Yevgeny Prigozhin, chefe da força militar privada russa Wagner, que lidera o ataque a Bakhmut, reivindicou 80% do controle da cidade. Kiev negou repetidamente as alegações de que suas tropas estão prestes a se retirar.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, prometeu continuar defendendo a cidade.
“É impossível para nós desistirmos de Bakhmut porque isso (ajudará) a expandir a frente de batalha e dará às forças russas e a Wagner chances de tomar mais de nossas terras”, disse Zelensky em entrevista ao canal de notícias Al Arabiya.
No domingo, o chefe instalado pela Rússia da região de Kherson, no sul da Ucrânia, negou um relato de uma instituição dos Estados Unidos de que as forças ucranianas haviam assumido posições na margem leste do rio Dnipro.
“Não há ponto de apoio inimigo na margem esquerda (leste) do rio Dnipro… nossos militares controlam completamente esse território”, escreveu Vladimir Saldo em seu canal no Telegram.
Citando blogueiros militares russos integrados às forças de Moscou, o Instituto para o Estudo da Guerra disse que a Ucrânia “estabeleceu posições” na margem oriental, embora não esteja claro “em que escala ou com quais intenções”.
Natalia Humeniuk, porta-voz do comando sul da Ucrânia, não confirmou nem negou o relato, o qual, segundo ela disse à televisão ucraniana, prenunciou “bombardeios muito poderosos” em distritos ao redor das cidades de Kherson e Beryslav, na margem oeste.
“Reagindo a essas informações, o inimigo intensificou significativamente seus ataques na margem oposta”, afirmou. Civis ficaram feridos e cerca de 30 prédios foram destruídos, incluindo uma escola, segundo ela.