Segundo Adrielle, ela, o esposo e o filho estavam abrigados no Parque de Exposições desde o dia 28, quando foram realocados pelo Ministério Público para a escola municipal Carmelita Barbosa Montenegro, no Vila Acre. A mudança aconteceu sob o argumento de unir famílias com crianças com transtorno do espectro autista (TEA) para que tivessem acompanhamento específico.
No entanto, os dias se passaram que a promessa da visita de uma neuropediatra para acompanhar os casos não se concretizou, segundo Adrielle, e a coordenação do abrigo está pressionando família para que voltem às suas casas: “eu morava alugada e perdi tudo, o local onde moro ainda está alagado e só ganhei dois colchões e massa para o bebê. Ganhamos 4 mudas de roupas pra mim, meu esposo só conseguiu um calção e está descalço. Não tenho pra onde ir e mesmo que tivesse, só tenho dois colchões”, disse Adrielle.
Na mesma situação de Adrielle, ao menos outras 10 famílias ainda estão aguardando condições favoráveis para o retorno para a casa, ou a aprovação do aluguel social.
Tentando argumentar que não tinha como voltar para casa. Adrielle diz ter ouvido do coordenador do abrigo que deveria pegar o que tinha, colocar na área do vizinho e cuidar da limpeza de sua casa: “eu vou ficar lá sem fogão, geladeira, sem nada? Se fosse só eu, tudo bem, mas tem o bebê que já está até ficando sem fralda”, argumentou.
Jefferson Barroso, Diretor de Assistência do Município de Rio Branco, negou que haja pressão para retirada dos abrigados. Segundo ele, uma equipe da Defesa Civil deve avaliar imóveis das pessoas abrigadas para determinar se é possível a volta para o local, ou se será necessário o recebimento do aluguel social. Sobre a assistência às crianças com TEA, Jefferson pontuou que essa é uma atribuição do Estado, mas que irá acompanhar a situação.