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Ibovespa encerra semana com alta de 5,41%, maior valorização semanal do ano

O Ibovespa fechou em queda de 0,17% nesta sexta-feira (14), aos 106.279,37 pontos. Na semana, o índice registra alta de 5,41%, a maior desde dezembro.


O índice abriu no território negativo e chegou a ultrapassar queda de 1%, alinhado com maior cautela em Nova York, mas recuperou algum terreno em seguida, em especial com apoio de Petrobras e bancos, que viraram para o azul.


Vale, diante da queda do minério de ferro, e Rede D’Or, que teve recomendação cortada pelo Goldman Sachs, foram as maiores pressões negativas no pregão. Itaú Unibanco e Petrobras ficaram no lado contrário.


Autoridades brasileiras fizeram diversas declarações nesta sexta-feira, no encerramento dviagem de comitiva do governo à China, incluindo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas as falas não geraram movimentos relevantes na bolsa, que seguiu a onda externa.


Também foi vista certa correção dos movimentos do início da semana, segundo agentes de mercados ouvidos pela Reuters, à medida que até quarta-feira, a bolsa havia subido 6%.


“O que aconteceu nesta semana foi uma descompressão de risco”, disse Eduardo Carlier, co-diretor de gestão da Azimut Brasil Wealth Management, citando o IPCA abaixo do esperado na terça-feira –quando o Ibovespa subiu mais de 4%– como o principal fator.


A elevação de 0,71% dos preços em março, contra expectativa dos analistas de 0,78%, elevou a expectativas de que o Banco Central corte a Selic, atualmente em 13,75% ao ano, antes do que era esperado, com algumas apostas apontando para possibilidade de redução já no começo do segundo semestre.


Carlier mencionou que uma leitura positiva da proposta de arcabouço fiscal, ao menos frente ao que era esperado inicialmente, e uma perspectiva de que o ciclo de alta de juros do Federal Reserve (Fed) pode estar próximo do fim, também ajudaram o Ibovespa na semana.


Porém, ele afirmou que ainda é cedo para determinar se isso é uma tendência. O cenário de médio e longo prazo inspira cautela”, acrescentou, citando a necessidade de mais informações quanto ao arcabouço e dúvidas em relação a temas como a Lei das Estatais.


Em Wall Street, dados mistos da economia norte-americana, com vendas do varejo mais fracas e produção industrial acima das expectativas, adicionaram incerteza e cautela, enquanto lucros acima do esperado de JPMorgan, Citi e Wells Fargo ajudaram a limitar as perdas.


Dólar

dólar terminou o dia novamente em baixa, de 0,23%, cotado a R$ 5,916. Se consideradas as últimas três sessões, a moeda acumula queda de quase 2,73%. Na semana, a desvalorização é de 2,81%.


O avanço do dólar no exterior trazia um viés de alta para a moeda norte-americana no Brasil, que não se sustentou durante a tarde.


Profissionais ouvidos pela Reuters pontuaram que os juros elevados no Brasil e o otimismo em relação ao novo arcabouço fiscal seguem limitando a alta da moeda norte-americana.


Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9275 na venda, em baixa de 0,27%. Este foi o menor valor de fechamento para a moeda norte-americana desde 9 de junho de 2022.


Pela manhã, o dólar marcou a cotação mínima da sessão, de R$ 4,89 (-0,70%), às 9h31 (horário de Brasília), mas rapidamente saltou para o território positivo em sintonia com o exterior, onde a moeda norte-americana também subia, e com investidores realizando lucros e recompondo algumas posições compradas (no sentido de alta do dólar).


“Vimos de manhã um movimento de realização técnica. O dólar caiu quase 3% nas últimas três sessões, o que chama uma realização”, pontuou Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital.


Na máxima da sessão, vista às 11h09, a moeda marcou R$ 4,96 (+0,78%). Ao longo da tarde, o dólar se reaproximou da estabilidade ante o real, a despeito de no exterior continuar em alta ante a maioria das demais divisas.


Segundo Bergallo, o fato de o diferencial de juros entre Brasil e EUA seguir favorável para a atração de investimentos tem impedido uma alta mais intensa da moeda norte-americana.


“Isso está limitado pelo nosso colchão de juros. Enquanto a Selic estiver em 13,75% ao ano, não tem como o dólar subir tanto”, avaliou. “E também não temos estresse na área fiscal ou ruídos vindos do governo”, completou.


Além de atrair investimentos em portfólio, o Brasil tem recebido dólares pela via comercial, lembrou o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mário Battistel.


“O real é uma das poucas moedas que está ganhando alguma força, e muito por conta de nossas exportações de commodities agrícolas”, afirmou.


As notícias mais recentes permitiram que o dólar se firmasse abaixo dos 5 reais nesta semana, mas Luiz Felipe Bazzo, presidente do Transferbank, plataforma de transferências internacionais, lembra que alguns riscos permanecem.


“Mesmo com as últimas boas notícias, ainda tem muito risco no ar: o arcabouço ainda nem foi apresentado ao Congresso, não sabemos o que tem exatamente dentro da regra, as taxas de juros nos EUA ainda não começaram a cair e ainda não há dados concretos sobre a economia da China. Em poucas palavras, ainda tem muita água para rolar”, afirmou em análise enviada à Reuters.


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