O dólar opera em alta nesta terça-feira (18), e encosta nos R$ 5. Além de repercutirem dados fortes de atividade na China, investidores avaliam falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e seguem na expectativa pelo envio do arcabouço fiscal brasileiro ao Congresso Nacional.
Às 15h40, a moeda norte-americana subia 1,09%, cotada a R$ 4,9898. Na máxima do dia, chegou a R$ 4,9921. Veja mais cotações.
Na véspera, o dólar fechou em alta de 0,43%, cotada a R$ 4,9362. Com o resultado, a moeda passou a acumular perdas de 2,58% no mês e de 6,44% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
O dia começa com os investidores de olho no envio do novo arcabouço fiscal ao Congresso Nacional, que deve detalhar os mecanismos de controle das contas públicas no país. Lá fora, agentes se preparam para um dia movimentado de resultados corporativos, enquanto avaliam os sinais de recuperação econômica na China e a perspectiva de mais altas de juros pelo Federal Reserve.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse em entrevista ao programa Conexão, da GloboNews, que há um compromisso do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de votar o texto com rapidez. Segundo Guimarães a matéria deverá ser analisada pela Casa em até 20 dias.
Com o texto do projeto de lei complementar, novos detalhes do arcabouço também serão revelados, e investidores poderão avaliar sua viabilidade.
Outro fator que também segue na mira do mercado são as falas do ministro Fernando Haddad, que hoje voltou atrás e decidiu manter a isenção para transações internacionais entre pessoas físicas até US$ 50. Segundo Haddad, a decisão veio após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pedir o recuo na medida e que a equipe econômica buscasse resolver a questão administrativamente.
Na agenda internacional, o Departamento Nacional de Estatísticas da China informou, na noite de ontem, que o Produto Interno Bruto (PIB) do país no primeiro trimestre cresceu 4,5% na comparação anual. O crescimento é maior que os 2,9% do trimestre anterior e supera as previsões dos analistas de uma expansão de 4,0%.
Os investidores têm observado atentamente os dados do primeiro trimestre em busca de pistas sobre a força da recuperação chinesa depois que Pequim suspendeu as restrições da Covid-19. Os dados mostraram que a economia da China cresceu em um ritmo mais rápido do que o esperado, mas de forma desigual.
Por um lado, consumo, serviços e gastos com infraestrutura estão se recuperando, enquanto há desaceleração nos preços e aumento nas poupanças bancárias, levantando dúvidas sobre a demanda.
Já nos resultados corporativos, as atenções estão nos bancos dos Estados Unidos. Goldman Sachs Group Inc, Bank of America Corp e Bank of New York Mellon Corp estão entre as empresas financeiras que divulgam seus resultados no dia.
Os resultados dos grandes bancos trazem sinais do impacto do aumento da taxa de juros nos EUA par ao setor bancário. Depois da quebra de bancos médios no país, surgiram preocupações sobre quebras no mercado financeiro. Até o momento, contudo, resultados corporativos sólidos afastaram os temores de crise.
Com a situação e dados econômicos mistos, ganharam apoio as apostas de que o Fed aumentará os juros em 25 pontos-base em maio e fará uma pausa antes de cortar as taxas na segunda metade do ano.