O dólar opera em queda nesta terça-feira (11), com o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) abaixo do esperado pelo mercado.
Às 12h30, a moeda norte-americana caía 1,14%, cotada a R$ 5,0082. Na mínima do dia, chegou a R$ 4,9894. Veja mais cotações.
Na véspera, o dólar teve alta de 0,17%, cotada a R$ 5,0660. Com o resultado, o dólar passou a acumular perdas de 0,06% no mês e de 4,02% no ano.
Sob o mesmo efeito, o Ibovespa opera em forte alta, perto dos 105 mil pontos.
O que está mexendo com os mercados?
No Brasil, destaque para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O indicador subiu 0,71% em março, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa de mercado era de alta de 0,77%.
O resultado do IPCA vem na sequência de um avanço de 0,84% em fevereiro. O grande destaque no mês foi aumento da gasolina, que subiu 8,33% e teve impacto individual de 0,39 ponto percentual no índice. Com isso, o país passa a ter uma inflação acumulada de 4,65% na janela de 12 meses.
Os três primeiros meses de 2023 acumulam alta de 2,09% nos preços. Mais uma vez, oito dos nove grupos de preços registraram alta. Desta vez, porém, foi o grupo Artigos de residência que registrou baixa de 0,27%.
Já na esteira da alta de combustíveis, o grupo de Transportes teve a maior alta do índice em março. Com a subida de 2,11% no mês, o segmento registrou impacto de 0,43 ponto percentual no IPCA. Na sequência, os grupos de Saúde e cuidados pessoais (0,82%) e Habitação (0,57%) registraram as altas mais relevantes.
“De olho no local, mercado deve ajustar posições depois de o IPCA ter vindo abaixo da mediana do mercado. Esse alívio deve estimular o real e a bolsa”, disse à Reuters Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.
Na China, a inflação ao consumidor da China atingiu uma mínima em 18 meses e a queda nos preços ao produtor acelerou em março. Em contraste com as demais economias desenvolvidas, a demanda no país permaneceu fraca, reforçando o argumento de que as autoridades talvez precisem tomar mais medidas para sustentar a recuperação econômica depois do impacto da pandemia.
O índice de preços ao consumidor subiu 0,7% na comparação anual, o ritmo mais lento desde setembro de 2021 e mais fraco do que o avanço de 1,0% em fevereiro, informou o Escritório Nacional de Estatísticas nesta terça-feira. O resultado ficou aquém do aumento de 1,0% apontado em uma pesquisa da Reuters.
O índice de preços ao produtor caiu 2,5% em relação ao ano anterior, o ritmo mais rápido desde junho de 2020 e em comparação com uma queda de 1,4% em fevereiro. O índice registra recuo agora por seis meses consecutivos.
A inflação dos preços dos alimentos, um dos principais impulsionadores da inflação ao consumidor, desacelerou para 2,4% em relação ao ano anterior, de 2,6% no mês anterior. Na comparação mensal, os preços dos alimentos caíram 1,4%.
“O relatório de inflação da China em março sugere que a economia chinesa está passando por um processo de desinflação, o que aponta para um espaço maior para flexibilização da política monetária para impulsionar a demanda”, disse Zhou Hao, economista da Guotai Junan International, à Reuters.
Para amanhã, todos os olhos estão voltados para dados de inflação nos Estados Unidos, com economistas prevendo que os preços ao consumidor cresceram 5,2% em março na base anual, após aumento de 6,0% em fevereiro. No entanto, o núcleo dos preços deve ter subido 5,6%, um ritmo ligeiramente mais rápido em comparação com os 5,5% de fevereiro.
Qualquer dado forte no relatório de inflação deve alimentar apostas de que o Federal Reserve continuará elevando os juros em sua próxima reunião de política monetária, no início de maio. Atualmente, os mercados futuros já precificam cerca de 70% de chance de o banco central norte-americano subir sua taxa básica em 0,25 ponto percentual.