O comandante do Exército, Tomás Miguel Ribeiro Paiva, afirmou nesta quarta-feira (19) que a instituição é “apolítica, apartidária, imparcial e coesa” e pediu aos militares que tenham “fé nos princípios democráticos”.
A declaração do general Tomás Paiva consta do texto da “Ordem do Dia” relativa ao Dia do Exército, publicado no site do Exército Brasileiro.
No texto divulgado, Paiva destacou que o Exército deve ser uma instituição sem lado político.
“O Exército imortal de Caxias, Instituição de Estado, apolítica, apartidária, imparcial e coesa, integrada à sociedade e em permanente estado de prontidão, completa 375 anos de história. Sua existência está alicerçada em valores e tradições, bem como comprometida com a defesa da Pátria, da independência, da República e da democracia”, disse o comandante.
Durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), militares da reserva e da ativa assumiram cargos de ministros e nos demais escalões do governo. A forte presença de militares na política foi alvo de críticas de especialistas e de adversários da gestão Bolsonaro.
“Tenhamos fé nos princípios democráticos, na resiliência e solidariedade do povo brasileiro e no valor profissional dos nossos militares”, diz outro trecho da mensagem assinada pelo comandante do Exército.
Paiva também disse aos subordinados que é preciso “encontrar os melhores caminhos” para o cumprimento das missões dos militares, que devem ser balizados “pelo respeito à população, às instituições e, sobretudo, à Constituição”.
Para o comandante, para se atingir os objetivos é necessário um Exército “moderno, com capacidade dissuasória, profissionalismo e aptidão”.
A instituição completou 375 anos de existência nesta quarta-feira.
Relação entre Lula e militares
Desde que assumiu a presidência, Lula tem buscado melhorar sua relação com os militares, participando de reuniões e prestigiando solenidades.
Como presidente da República, Lula é o comandante em chefe das Forças Armadas.
Após os atos golpistas e de vandalismo promovidos por bolsonaristas radicais em Brasília em 8 de janeiro, Lula defendeu a punição a militares envolvidos com ações extremistas e trocou o comando do Exército, com a exoneração do general Júlio Cesar Arruda e a nomeação do general Tomas Paiva para o cargo de comandante.
Lula tem repetido que deseja Forças Armadas bem preparadas, porém distantes da política.
O governo avalia investimentos na indústria de defesa do país, enquanto discute uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que veta o retorno ao serviço ativo de militares que se afastam para disputar eleições.