O aumento nos preços do chocolate promete impacto aos produtos de Páscoa neste ano. Segundo um levantamento feito pela SoluCX, quase um quinto (18,2%) dos brasileiros optou por não comprar ovos para a data — e, desse total, 81,1% afirmaram que o motivo é o alto preço dos produtos.
O cenário acompanha o movimento de alta inflacionária vista na cesta de bens e serviços relacionadas à Páscoa, segundo dados recentes divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A confederação mostrou que essa cesta está 8,1% mais cara do que o observado em 2022. São produtos como os chocolates, pescados diversos, bacalhau, bolo, azeite de oliva, refrigerantes, vinhos e alimentação fora de casa.
Ainda segundo a CNC, só os chocolates apresentam um avanço de 13,9% nos últimos 12 meses.
Ticket médio
A pesquisa da SoluCX aponta, agora, que a maioria dos entrevistados (61,2%) deve direcionar, no máximo, R$ 100 para ovos de Páscoa neste ano.
Desse total, 21,7% pretendem gastar até R$ 50, enquanto 39,5% devem pagar de R$ 50 a R$ 100 pelos produtos. Em seguida, vêm aqueles que pretendem gastar de R$ 100 a R$ 150 (19,1%). Já os que pretendem gastar acima disso, somam apenas 19,8% das respostas.
Segundo o responsável pela área de marketing da SoluCX, Alex Pereira, uma das saídas para os consumidores que querem driblar o aumento dos preços é antecipar as compras de Páscoa para buscar promoções mais interessantes.
Ainda de acordo com o estudo, 29,6% dos entrevistados afirmam que devem adquirir os produtos uma semana antes da data, enquanto outros 28,3% dizem que preferem comprar os ovos com 15 dias de antecedência.
“Além disso, outro comportamento de compra que pode ser alterado para garantir preços mais baixos é buscar produtos fora dos supermercados e lojas físicas tradicionais, optando por procurar preços mais competitivos em canais digitais, e-commerces e marketplaces”, afirmou Pereira.
Segundo o estudo, 76,1% dos consumidores costumam comprar os ovos de Páscoa em supermercados e lojas físicas, enquanto 11% preferem os produtos artesanais, feitos por empreendedores locais.
Outros 7,1% afirmam comprar os ingredientes e fazer os ovos em casa e 5,8% dizem comprar os produtos pela internet.
Pereira destaca que, apesar do peso dos preços na decisão dos consumidores, para aqueles que vão comprar, que correspondem a 80% dos respondentes, o mais importante é a qualidade.
“Portanto apesar de o ticket máximo planejado ser de até R$ 100, o consumidor está em busca de boas experiências”, completa o executivo.
Lançamentos recordes
Com os consumidores de olho na qualidade dos produtos, a expectativa do setor é positiva para a data. Ainda segundo dados da CNC, a estimativa é que o varejo fature R$ 2,49 bilhões com a Páscoa neste ano — um aumento de 2,8% em comparação ao observado no ano passado. Mesmo assim, o número ainda fica 2,7% abaixo dos níveis pré-pandemia, registrados em 2019.
Segundo a confederação, o número ainda reflete a retomada do consumo após a pandemia de Covid-19. “Gradativamente a retomada da economia vai se robustecendo e reaquecendo o varejo”, afirmou o presidente da CNC, José Roberto Tadros, em nota oficial.
“A tendência é que as perdas provocadas pela pandemia sejam revertidas a partir da melhoria do contexto macroeconômico”, completou.
As indicações de retomada também se refletiram na produção dos ovos. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), 440 itens são oferecidos pelas empresas associadas neste ano, sendo 163 lançamentos — um avanço de 9% em comparação a 2022.
Ainda de acordo com a associação, o setor chocolateiro passou por um período de um ano e meio de preparação para esta data, registrando a produção de mais de 10 mil toneladas de ovos e produtos de Páscoa no período — um aumento de 13% em comparação a 2021.