O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teme virar o principal alvo da CPMI dos Atos Golpistas e quer escalar dois filhos para integrar a comissão: deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Inicialmente, nenhum dois participaria. Por interferência do ex-presidente, o PL decidiu indicar o deputado Eduardo Bolsonaro. Agora, o pai quer também que o filho senador participe da CPMI.
Na oposição, uma ala já avalia que a criação da CPMI dos Atos Golpistas pode ser um autêntico “tiro no pé”, porque o governo terá maioria na comissão. Consequentemente, governistas vão acabar ditando o ritmo dos trabalhos e definindo os convocados.
Os governistas já planejam, por exemplo, convocar empresários bolsonaristas que financiaram os atos, o ex-ministro Anderson Torres e, talvez, até o ex-presidente Bolsonaro.
Ao blog, um deputado da oposição lembrou que a munição do governo nesta CPMI será muito maior do que a dos bolsonaristas.
“Eles terão um canhão, nós, uma espingarda. O desgaste para o Bolsonaro pode ser enorme”, disse o parlamentar oposicionista. Ele diz ter alertado internamente que o risco de Bolsonaro se tornar o principal alvo é elevado.
Dentro da oposição, outro temor é que os trabalhos da CPMI possam acabar fragilizando ainda mais o ex-presidente no momento em que ações contra ele podem estar próximas de julgamento, como no caso do Tribunal Superior Eleitoral.
Segundo um deputado da oposição, o governo vai querer repassar todo o filme dos atos golpistas, reforçando a responsabilidade do ex-presidente pelo que aconteceu.