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73 milhões de brasileiros sofrem com insônia; celular, internet e redes sociais contribuem

Todo mundo já teve ou vai ter dificuldade para dormir pelo menos uma vez ao longo da vida. Mas isso não significa que a pessoa tem insônia.


Abaixo, nesta reportagem entenda os cinco principais pontos sobre a insônia:


1.Como a tecnologia contribui para a insônia


2.Quais são os efeitos da insônia no corpo


3.Quais os fatores e os comportamentos de risco


4.Como e onde procurar ajuda


5.Quais os perigos da automedicação


A insônia é uma situação clínica muito comum, onde a pessoa tem dificuldade de iniciar o sono, de permanecer dormindo ou ambos.


“A insônia é diferente da privação de sono (que é quando a pessoa dorme pouco). Na insônia o indivíduo tem a oportunidade de dormir, mas acaba acordando mais cedo do que o desejado e não consegue voltar”, explica Luciano Drager, professor associado do departamento de clínica médica da FMUSP e presidente da Associação Brasileira do Sono (ABS).


O distúrbio é dividido em dois tipos:


*🤤Insônia aguda: é uma condição de curto prazo. A pessoa tem dificuldades no sono que duram alguns dias ou semanas, mas não mais que três meses. Pode estar relacionada com fatores externos, como divórcio, morte, doença. Se ela persistir por mais de três meses ela vira crônica.


*🤤Insônia crônica: a pessoa tem dificuldades para dormir e sintomas diurnos relacionados (leia abaixo) por pelo menos três vezes por semana e dura pelo menos três meses.


1 – Como a tecnologia contribui para a insônia

 


O número de pessoas insones vem aumentando a cada década, segundo especialistas. Dados da Associação Brasileira do Sono (ABS) apontam que cerca de 73 milhões de brasileiros sofrem com o distúrbio.


Drager explica que a tecnologia é uma das “culpadas” pelo aumento de insones no mundo. Houve uma piora no padrão de hábitos que acabam facilitando o surgimento da insônia e da privação do sono.


“As pessoas estão mais conectadas, o estímulo visual aumentou – antes líamos livros, agora lemos no tablet, no celular. Temos fácil acesso à televisão, internet, redes sociais. Esses estímulos acabam inibindo a melatonina à noite, criando ambientes que favorecem a insônia, a privação do sono, a um sono de má qualidade“.


Transtornos de humor como depressão e ansiedade também influenciam no dormir e na insônia. E eles têm aumentado também. Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que a pandemia fez aumentar em mais de 25% número de casos desses dois transtornos em todo o mundo.


O dormir bem exige manter a mente e o corpo em harmonia. Com tudo alinhado, conseguimos relaxar, iniciar o sono e desligar. “Estamos em um ambiente mais propício para a insônia e a pandemia foi a cereja do bolo que contribuiu para aumentar os casos de transtornos de humor”, alerta o presidente da ABS.


2 – Quais são os efeitos da insônia no corpo

 


A sonolência não é o principal sintoma da insônia. O distúrbio pode afetar quase todos os aspectos da vida. A pessoa pode ter mais dificuldades na concentração, pode ficar mais irritada, pode ter problemas de memória, prejuízos metabólicos e cardiovasculares a longo prazo.


Veja abaixo os sintomas diurnos relacionados à perda de sono:


*Fadiga


*Atenção ou memória prejudicada


*Problemas com trabalho, escola ou desempenho social


*Irritabilidade ou humor perturbado


*Sonolência


*Diminuição da motivação


*Aumento de acidentes ou erros


* comportamentais, como hiperatividade ou agressividade, especialmente em crianças


3 – Quais os fatores e os comportamentos de risco

 


Qualquer pessoa pode ter insônia, desde a criança até o idoso. Mas existem alguns fatores associados à doença, como ser mulher, nível socioeconômico e problemas crônicos:


*Ser mulher


*Idosos


*Nível socioeconômico mais baixo


*Condições médicas como diabetes


*Outros distúrbios do sono (ex: apneia do sono)


*Transtornos do humor


*Genética (familiar imediato com insônia)


Vale sempre lembrar que não é porque você tem um ou dois fatores de risco que você terá insônia (e vice-versa).


E os comportamentos de risco? Evitar certos comportamentos pode ajudar a “prevenir” a insônia.


“Comorbidades não tratadas, como depressão, ansiedade, comportamentos alimentares, entram no comportamento de risco para insônia. Outra coisa que devemos evitar: discutir relação, problemas financeiros próximo do horário de dormir. Uma refeição mais pesada antes da hora de dormir também é ruim”, elenca o presidente da ABS.


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