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Suposto balão espião da China gera alerta nos EUA

Foto: Chase Doak/REUTERS

Militares americanos monitoram um suposto balão espião da Chinaque estaria sobrevoando os Estados Unidos, informou o Pentágono nesta quinta-feira (03/02), três dias antes da visita do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a Pequim.


O secretário americano de Defesa, Lloyd Austin, e autoridades militares de alto escalão teriam avaliado a possibilidade de abrir fogo contra o objeto, após o presidente Joe Biden inquirir sobre alternativas militares para lidar com a questão.


As autoridades, porém, teriam chegado à conclusão de que isso poderia colocar em perigo vidas em solo e que o balão não representaria riscos à aviação civil, segundo informou um oficial da Defesa americana citado pela agência de notícias AFP.


“O propósito do balão é, claramente, de vigilância”, disse o oficial, que não quis se identificar. Ele afirmou que o objeto sobrevoou o nordeste dos EUA, onde estão localizadas bases aéreas de alta sensibilidade e mísseis nucleares em silos subterrâneos. Mesmo assim, o Pentágono concluiu não se tratar de uma ameaça de inteligência particularmente perigosa.


“Avaliamos que esse balão possui valor adicional limitado, da perspectiva de coleta de material de inteligência”, disse o oficial. Ele garantiu que não há dúvidas quanto ao fato de o balão ser de origem chinesa, mas não forneceu maiores detalhes.


O oficial afirmou que o balão entrou no espaço aéreo dos EUA há poucos dias, mas que a inteligência americana já o rastreava bem antes disso.


O secretário de Defesa americano tratou da questão com autoridades do Pentágono após Biden perguntar quais seriam as opções. Aviões de combate chegaram a ser enviados para examinar de perto o balão.


Um porta-voz do Pentágono confirmou que o objeto ainda estava sendo rastreado no espaço aéreo americano. “O balão está atualmente em uma altitude muito acima do tráfego aéreo comercial. Não representa ameaça militar ou física às pessoas em solo”, afirmou, em nota.


Um balão espião é um equipamento de espionagem, como uma câmera ou um radar, preso a um balão. Costuma ser movido por correntes de vento.


Blinken em Pequim


O episódio veio à tona às vésperas da visita de Blinken, à China, que terá como objetivo tratar do acirramento das tensões entre as duas potências mundiais em uma série de questões.


A visita de Blinken, que chegará ao país asiático neste domingo, ocorrerá após um encontro entre Biden e seu homólogo chinês, Xi Jinping, em novembro do ano passado, durante reunião dos países do G20.


Esta será a primeira viagem de um chefe da diplomacia dos EUA à China desde 2018. Entre os temas a serem discutidos está o abalo nas relações bilaterais gerado pelas tensões envolvendo o território insular autogovernado de Taiwan, que Pequim pretende colocar de volta sob o jugo chinês.


Os EUA vêm comercializando armamentos para Taiwan, no intuito de reforçar a autodefesa da ilha. Biden já declarou que Washington ajudaria o território a se defender no caso de um ataque chinês.


Também estão na agenda de Blinken disputas envolvendo propriedades intelectuais e questões referentes ao comércio internacional.


China alerta contra conclusões precipitadas


Nesta sexta-feira, o Ministério chinês do Exterior disse que avalia os relatos em relação ao suposto balão espião.


O porta-voz da pasta, Mao Ning, assegurou que “a China é um país responsável e sempre acata rigorosamente as leis internacionais, e não tem intenção de violar o território e o espaço aéreo de uma nação soberana”.


Mao sugeriu que políticos e opinião pública devem evitar conclusões precipitadas “antes de termos uma compreensão clara sobre os fatos”. Ele disse que não tinha informações sobre alterações na agenda do secretário de Estado dos EUA em Pequim.


Fonte: DW


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