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Enquanto equipes de resgate tentam retirar sobreviventes dos escombros dos milhares de edifícios que colapsaram na Turquia e na Síria após o terremoto de magnitude 7,8 da segunda-feira, 6, cenas comoventes começam a surgir do cenário caótico, dando a dimensão da tragédia humana por trás da catástrofe natural, que já deixou mais de 7 mil mortos.


A imagem de Mesut Hancer, um homem turco morador da cidade de Kahramanmaras, é uma delas. Mais de 24 horas após o terremoto, Hancer permaneceu sentado ao lado do prédio onde morava, segurando a mão da filha, Irmak, que morreu sob os escombros.


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O casaco laranja de Mesut se destaca em meio ao cenário acinzentado de destruição. Do pouco que se distingue do resto no resto da imagem, entre concreto e metal retorcido, está o colchão onde Irmak, de 15 anos, provavelmente dormia na hora que o prédio desabou. É possível ver a mão da menina agarrada a do pai.



Espera-se que a ajuda internacional comece a chegar às zonas afetadas pelo terremoto e por tremores secundários nesta terça-feira, mas a corrida contra o tempo para encontrar sobreviventes é dificultada pelo frio do inverno do Hemisfério Norte ― a região deve registrar temperaturas negativas nesta terça ― e por dificuldades logísticas, algumas delas causadas pelo próprio terremoto, que bloqueou estradas.


De acordo com os últimos boletins oficiais divulgados pelas autoridades dos dois países, mais de 7 mil pessoas morreram em decorrência do terremoto. Na Turquia, o número de mortos subiu para 5.434, com 20.534 pessoas feridas, anunciou o vice-presidente Fuat Oktay.


Na Síria, 1.872 pessoas morreram, e 3.640 ficaram feridas, de acordo com os balanços das autoridades de Damasco e das equipes de resgate nas zonas rebeldes.


Terremoto vitimou mais de 5 mil pessoas na Turquia e na Síria.
Terremoto vitimou mais de 5 mil pessoas na Turquia e na Síria. Foto: Adem Altan/ AFP
Kahramanmaras, o epicentro do devastador terremoto que sacudiu o sul e o sudeste da Turquia, é apenas ruína e desolação.


Mas até terça-feira, nenhuma ajuda ou suprimentos havia chegado a esta cidade de mais de um milhão de habitantes, localizada na região sul da Capadócia – o que aumenta a frustração e o ressentimentos com o Estado ausente.


“Onde está o Estado? Onde estão eles? Olhe ao seu redor. Não há um único funcionário, pelo amor de Deus. Já se passaram dois dias e não vimos ninguém. Eles não trouxeram nem um tijolo. As crianças congelaram até a morte”, diz Ali Sagiroglu, morador da região./ Com AFP.


O ESTADO DE S. PAULO


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