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Bebê segurando DIU viraliza no Tik Tok e reacende medo feminino; método é 99% eficaz

A americana Violet Quick, de 20 anos, ganhou fama nos últimos dias ao postar em sua conta no TikTok um vídeo em que seu bebê, Rudy, nascido no fim de janeiro, segura o DIU após o parto. “Quando todas as enfermeiras vêm ver o bebê com seu DIU”, divertiu-se a jovem de Idaho ao legendar o viral.


Embora sejam encontrados na internet alguns casos em que bebês nascem com o DIU usado pela mãe, tais acontecimentos são exceções às regras do método. O ginecologista e obstetra Geraldo Caldeira, membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e da SBRH (Sociedade Brasileira de Reprodução Humana), explica que o dispositivo tem 99% de eficácia. A informação é reiterada pela própria Febrasgo no documento ‘Uso de dispositivos intrauterinos (DIU) em nulíparas’ (2018), no qual a entidade alega que se trata de um método seguro e bem tolerado, “com taxas de falha na vida real semelhantes à esterilização cirúrgica feminina”.



Mesmo se tratando de um método seguro, dados do Ministério da Saúde mostram que somente 1,9% das brasileiras em idade fértil utilizam o DIU de cobre, oferecido pela rede pública de saúde. No total, contando-se mulheres que usam os dispositivos de cobre, prata ou hormonais, sejam elas mulheres que nunca engravidaram, sejam as que já engravidaram, o percentual brasileiro alcança apenas 3%.


Gravidez com DIU


Geraldo Caldeira esclarece que os casos de gravidez mesmo com o uso do DIU ocorrem, na realidade, pela falta de experiência médica ou, em muitos casos, pela falta do cuidado adequado após a implantação do anticoncepcional, com a verificação periódica do posicionamento correto do dispositivo no útero. Além da colocação, é preciso que a mulher realize exames, como o ultrassom transvaginal e o papanicolau, de modo a verificar se o dispositivo é recomendado, dado que miomas e más-formações uterinas, como úteros bicornos, podem atrapalhar a eficácia do DIU. O ginecologista ressalta que as relações sexuais não interferem no posicionamento do DIU, que é alocado no fundo do útero.


Em casos em que a gravidez ocorre, as mulheres devem realizar um acompanhamento pré-natal mais delicado. “Caso o saco gestacional esteja localizado ao fundo do útero e o DIU, na parte inferior, é possível retirá-lo. Do contrário, se o dispositivo se encontrar próximo à placenta, sua retirada pode ocasionar aborto. Dentro do útero na gravidez, o DIU pode levar, também, a partos prematuros”, ressalta o médico. Para garantir uma boa gestação, ele recomenda que a gestante realize com frequência exames de sangue, de secreção vaginal e ultrassons para verificar a alocação do contraceptivo.


Funcionamento dos DIUs


O especialista da Febrasgo explica que os dispositivos são dividos entre DIUs de cobre ou prata e DIUs hormonais. Os de cobre ou prata, após implantados, liberam partículas de seu próprio metal, o que causa uma inflamação nas paredes uterinas e atrapalha a fecundação do óvulo.


Já os DIUs hormonais, a partir de sua inserção, passam a liberar progesterona, o que modifica o endométrio e dificulta a passagem do espermatozoide pela cavidade uterina ou pelas trompas.


Caldeira ressalta que, além da contracepção, o método tem como benefício a liberação hormonal localizada, ou seja, apenas dentro do útero. Por outro lado, o dispositivo não impede a transmissão de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis).


Por R7


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