Debater o impacto dos rios aéreos, originários da Floresta Amazônica, no regime de chuvas do centro-sul do país foi tema de um debate público nacional realizado nesta quarta-feira, 8, em São Paulo (SP).
Representantes do governo do Acre participaram do ciclo de palestras que reuniu autoridades de Estado, pesquisadores e sociedade civil organizada na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
O evento foi fruto de parceria da OAB/SP e o Tribunal de Contas do Município de São Paulo com o Tribunal de Contas do Acre (TCE) e a Associação dos Municípios do Acre (Amac).
O secretário adjunto do Tesouro do Estado do Acre, Amarísio Freitas, foi um dos integrantes do dispositivo de honra do evento, juntamente aos conselheiros do TCE, Ribamar Trindade (presidente) e Ronald Polanco, e ao prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom.
O grupo defendeu a destinação de investimentos para a criação de um polo de inovação tecnológica associado às bioeconomias acreanas.
De acordo com Freitas, a legislação instituída, que assegura a estabilidade e a devida segurança jurídica, é indispensável quando se trata do uso sustentável das florestas. O gestor também destacou que o Acre foi pioneiro quando, em 2010, criou o Sistema Estadual de Incentivos a Serviços Ambientais (Sisa).
Ainda segundo ele, ações de desenvolvimento econômico têm sido implementadas no Estado, priorizando a geração de riquezas às populações tradicionais e mantendo a conservação das bacias hídricas.
“Hoje, o mundo olha para nós como um ativo ambiental, sem exploração, sem desmatamento. Temos cem milhões de toneladas de carbono registradas na contabilidade do Estado. Único estado da União, e me arrisco a dizer, do mundo, que tem esse intangível registrado, avaliado em 3 bilhões de reais, pronto para ser negociado”, disse.
Além de garantir a manutenção da vida dos seres vivos e dos diversos biomas, os rios aéreos são fundamentais também para a economia, uma vez que a água é indispensável para a agricultura e para o abastecimento das usinas hidrelétricas.