“Só quero voltar pra casa” diz acreano retido no Peru devido a protestos 

Jardeson Oliveira está em Cusco desde o dia 2 de janeiro e foi rever amigos peruanos — Foto: Arquivo pessoal

A viagem para o Peru para reencontrar amigos que não via desde o início da pandemia se transformou em tensão para o estudante acreano de educação física Jardeson da Silva Oliveira, de 27 anos. O universitário está na casa de amigos peruanos, em Cusco, desde o dia 2 de janeiro e voltaria para Rio Branco, capital do Acre, nesta sexta-feira (13).


Contudo, o voo dele foi cancelado nessa quinta (12) após um grupo de manifestantes tentar invadir o aeroporto e as autoridades fecharem o local. Nesta sexta, Jardeson e uma amiga saíram para comprar alimentos em um supermercado de Cusco e por pouco o estabelecimento não foi atacado por manifestantes.


Do nada, a gente estava comprando, o pessoal começou a correr dentro do mercado porque os manifestantes estavam querendo entrar. A polícia conseguiu fechar o portão antes que entrassem. As pessoas que estavam dentro tiveram que esperar passar a manifestação, fizeram uma fila para cada um sair. Fiquei preocupado porque uma senhora saiu gritando que eles estavam atirando pedras e já fui para debaixo de um lugar para não ser atingido”, relembrou.


As manifestações estão acontecendo principalmente em cidades turísticas como Lima, Cusco, Arequipa e Puno. Os atos pedem novas eleições no país e a renúncia de Dina Boluarte, que assumiu o poder após o ex-presidente Pedro Castillo ser preso por tentar um golpe de estado. Segundo registros oficiais, 48 pessoas já morreram.


Aflito por não conseguir deixar o país, o estudante contou que tem falado diariamente com os pais que moram em Rio Branco e deseja voltar para o Brasil o quanto antes.


Espero que essa manifestação passe logo porque estou angustiado, fico preocupado porque recebo cada notícia. Só quero voltar pra casa. Hoje falaram que morreu um homem em Cusco por conta das manifestações, que tinham botado fogo em um policial. As pessoas não estão nem saindo de casa, a cidade está meio deserta, não tem transporte público”, lamentou.


G1


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